Resenha: Perfect Plan – “Heart of a Lion” (2025)
Perfect Plan retorna à cena do rock melódico com um trabalho que respira energia, sofisticação e respeito às raízes do gênero. Formada em 2014 na cidade costeira de Örnsköldsvik — também berço de Tomas Haake e Mårten Hagström, do Meshuggah — a banda é composta por Kent Hilli (vocal), Rolf Nordström (guitarra), Mats Byström (baixo), Fredrik Forsberg (bateria) e Leif Ehlin (teclados). Ao longo da última década, o grupo consolidou sua reputação com um som envolvente, mesclando pegada clássica e acabamento moderno.
Depois de álbuns como “All Rise” (2018), “Time for a Miracle” (2020) e “Brace For Impact” (2022), o quinteto apresenta seu novo capítulo: “Heart Of A Lion”, previsto para 28 de fevereiro de 2025. O disco é lançado pela parceria Nuclear Blast e Shinigami Records, e traz 11 faixas que somam 48 minutos de puro AOR moderno com tempero oitentista.
A faixa-título “Heart Of A Lion” abre o trabalho com teclado e riff marcantes antes de a voz imponente de Hilli assumir o comando. O arranjo controlado, os backing vocals bem trabalhados e o solo limpo de Nordström criam um cartão de visitas impecável. Na sequência, “Too Tough” acelera o ritmo com uma batida firme de Forsberg e uma guitarra cortante, enquanto Hilli entrega uma interpretação carregada de energia.
O primeiro single, “We Are Heroes”, flerta com a atmosfera melódica de Don Henley em Boys of Summer, crescendo aos poucos até ganhar corpo e potência. É uma canção sobre coragem e humanidade, com forte potencial para brilhar nos shows. Já “All Night” mergulha no espírito de meados dos anos 80, com teclados envolventes, riffs encorpados e produção cristalina, enquanto “Ready To Break” traz batidas contagiantes e refrão pronto para levantar plateias.
No campo das baladas, “My Unsung Hero” é o ponto mais emotivo, conduzido por piano e interpretação contida, quase narrativa. “Turn Up Your Radio” vem como um refresco ensolarado, cheia de leveza e clima de verão, enquanto “Lady Mysterious” injeta blues pesado e atitude rock’n’roll. “One Touch” retorna ao território AOR com riffs e vocais que se completam de forma magistral, e “Danger On The Loose” aposta em uma dinâmica curiosa, com voz acelerada sobre instrumental mais contido.
Para fechar, “At Your Stone” entrega um hard rock direto e cheio de paixão, ecoando influências de clássicos como Saints and Sinners e Slide It In. O resultado final é um álbum com produção afiada, arranjos ricos e um DNA que homenageia Survivor, Foreigner, Whitesnake e Europe, mas que soa absolutamente como Perfect Plan.
Com “Heart Of A Lion”, o grupo reafirma seu espaço no rock melódico contemporâneo e entrega um disco que, para os fãs do gênero, não será apenas mais um na prateleira — será um daqueles que voltam ao toca-discos inúmeras vezes.
NOTA: 7