Resenha: Ryujin – “Ryujin” (2024)

A história do Ryujin vem se desenrolando desde os anos 2011, ainda sobre o nome de outra banda, que ao longo do tempo e foi reformulado sob o nome, que é o mesmo de um deus dragão do mar.

O grupo traz seu primeiro registro, pela Napalm Records e lançado no Brasil pela Shinigami Records. Se autodenimando como “samurai metal”, a sonoridade cai em algo do death metal melódico. Com riffs rápidos, modernos e encorpados, aliados a uma bateria bastante agitada e mudanças de andamento que buscam algo no folk, sempre priorizando a cultura japonesa.

Faixas como “Dragon, Fly Free“, voam (com o perdão do trocadilho ao nome), em poderosa cama de gato pronta para deitar, com um instrumental visceral, e mudanças vocais incríveis. A flauta japonesa que aparece por aqui é a cereja do bolo para abrilhantar o som.  “Raijin and Fujin” e “The Rainbow Song” contam com a ilustre presença de Matt Heafy do Trivium. A primeira, traz aspectos do power metal, mostrando a versatilidade dos músicos, e Matt entra em perfeita sincronia dentro de uma música que poderia muito bem listar em uma de suas. Já a segunda parece uma extensão da faixa anterior e continua dona de riffs rápidos e harmonias dobradas. “Scream of the Dragon” é simplesmente brutal, visceral e sem rodeios! Um death metal moderno e dona de um refrão que poderia estampar a entrada de algum tokusatsu. O disco ainda tem tempo para uma volta de Heafy em “Saigo No Hoshi“, em uma espécie de balada, que encerra o disco com bom gosto. Há também um presente aos fãs de anime. Uma versão de “Guren No Yumiya”, tema do animê Attack on Titan, que simplesmente anula a versão original do Linked Horizon.

Ryoji Shinomoto, a mente por trás do vocal e das guitarras da banda, consegue cultuar o metal e valorizar sua cultura, assim como outros tem feito, caso do The Hu, saindo da mesmice de um estilo congelado em padrões, e criando novas performances e mudanças no cenário. Que continue a trilhar seu caminho.

NOTA: 7

 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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