Resenha: Sevendust – “Truth Killer” (2023)

A longevidade é algo que muitas bandas de rock/metal acabaram por não experimente em sua trajetória. Imagine ter trinta anos de estrada e 14 discos lançados. Esse é o caso do Sevendust.

Um dos expoentes fortes da onda nu-metal dos anos 90, a banda alcançou disco de ouro com seus três primeiros registros, e se tornou um dos grandes nomes daquela década, carimbando seu nome quando subiram ao palco do caótico Woodstock de 99 ao lado de nomes como o Korn e Limp Bizkit.

Após alguns boatos de aposentadoria, ou que colocariam um pé no freio de lançamento e turnês, por enquanto, isso não parece estar nos planos deles e aí chegamos a “Truth Killer“, seu mais recente disco, e o primeiro a ser lançado pelo novo contrato com a poderosa Napalm Records. A identidade do grupo é desafiada por aqui em pequenos toques e nuances que ressaltam como o a Sevendust ainda pode trilhar belos degraus nessa caminhada.

A abertura fica por conta da “I Might Let the Devil Win“, que busca traços no eletrônico e a talentosa e carismática voz de Lajon Whiterspoon. Buscando influência no Nine Inch Nails, a música segue com uma beat calmo e aos pouco vai ganhando força e explode em algo grandioso em sua metade. Aí já vemos que o Sevendust irá explorar novidades, ao invés de começar com uma faixa densa e explodindo em um refrão pegajoso como de costume, algo mais brando e melódico surge. A faixa título chega na sequência e traz o peso característico de volta e em “Truth Killer”, os fãs resgatam a nostalgia e se sentem mais “em casa”. Grande refrão e ótimo groove, aliado ao peso certo. Lajon mais uma vez esbanja talento em sua versatilidade. “Won’t Stop the Bleeding” parece diretamente vinda de um disco dos anos 90 e mais uma vez, temos um incrível refrão e uma energia maravilhosa no andamento. “Everything”, um dos singles do álbum é uma boa música, com andamento mais cadenciado e refrão forte, mas não consegue transparecer a força que o disco tem. “No Revolution” é a cara do nu-metal, com introdução forte, groovada e vocais duplicados com alguns efeitos. “Holy Water” é outro single e traz boas sacadas das guitarras e um refrão denso e de boas melodias. “Leave All Hell Behind” é dona de uma carisma fantástica, que a audição arrebata fácil o ouvinte e cheia de energia no refrão! “Superficial Drug” é o que pode ser chamado de balada dentro dos conformes da banda e uma das mais marcantes do álbum. Ali, a banda descorre sobre nossas dependências e fixação nas redes sociais, que a cada dia se torna maior. A música faz isso em um tom incrível e certamente, mais dos destaques do disco. o trabalho caminha para o final com “Fence”, que é o Sevendust trazendo o seu tradicional e sem novidades, o que não é nada mal, fazendo uma ótima música e encerrando como devidamente deve ser.

Tudo aqui caminha nos conformes. Como dito no começo, a banda acrescenta pequenos elementos para criar alguns ares de novidades e assim consegue fazer um ótimo momento que serve tanto como o saudosismo de uma era, como essa mesma era vivendo ainda em 2023. Então, se delicie na audição pois não irá se arrepender de um grande momento.

NOTA: 8 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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