Resenha: Hammerfall – “Steel Meets Steel: Ten Years of Glory”

Celebrando uma década de batalhas épicas e hinos imortais, o HammerFall lançou, em 2007, a coletânea “Steel Meets Steel: Ten Years of Glory”, uma retrospectiva que percorre os dez primeiros anos de carreira da banda sueca e consolida seu papel como um dos pilares do power metal moderno. Lançado pela parceria entre a Nuclear Blast e a Shinigami Records, o disco duplo reúne quase trinta faixas que traçam um panorama completo da trajetória do grupo, desde os primeiros clássicos de “Glory to the Brave” até os sucessos mais recentes da época.

Mais do que uma simples coletânea, “Steel Meets Steel” é um registro histórico que mostra a evolução do HammerFall sem trair sua essência. O álbum traz versões remasterizadas de canções que definiram o gênero, como “Let the Hammer Fall”, “Hearts on Fire”, “Renegade”, “Blood Bound” e “The Dragon Lies Bleeding”, reafirmando a capacidade da banda de unir peso e melodia em composições que evocam coragem, honra e resistência. O trabalho também inclui três faixas inéditas: “The Abyss”, uma introdução instrumental envolvente; “Last Man Standing”, que retoma a energia dos primeiros anos com um refrão grandioso; e “HammerFall v2.0.07”, uma regravação modernizada de um de seus maiores hinos, mostrando que a chama da banda seguia acesa após uma década de estrada.

A produção impecável valoriza os vocais potentes de Joacim Cans, as guitarras afiadas de Oscar Dronjak e Stefan Elmgren, e a base sólida formada por Magnus Rosén no baixo e Anders Johansson na bateria. O resultado é um trabalho que mantém o brilho do som original, mas com uma clareza e peso renovados, capazes de apresentar a banda a uma nova geração de ouvintes sem perder o respeito dos fãs mais antigos.

“Steel Meets Steel: Ten Years of Glory” é também uma celebração do impacto que o HammerFall teve na revitalização do heavy metal tradicional durante o fim dos anos 1990. Em uma época em que o gênero parecia ofuscado, os suecos devolveram ao público a grandiosidade e o espírito épico que haviam marcado os tempos de Judas Priest e Helloween, criando uma sonoridade que unia técnica, melodia e uma aura de heroísmo que se tornaria sua marca registrada.

Embora o repertório não traga raridades profundas ou demos inéditas — algo que alguns colecionadores poderiam desejar —, a coletânea cumpre seu papel de forma exemplar: reunir o melhor do catálogo e reafirmar a consistência artística do grupo. É uma audição que demonstra por que o HammerFall conseguiu se manter relevante por tanto tempo, equilibrando fidelidade às raízes e capacidade de evolução.

No fim das contas, “Steel Meets Steel: Ten Years of Glory” é um tributo ao próprio metal, um lembrete de que a chama do gênero nunca se apaga enquanto bandas como o HammerFall seguirem erguendo sua bandeira com orgulho. Para novos fãs, é a porta de entrada ideal; para os veteranos, uma celebração nostálgica e poderosa de uma década gloriosa de riffs, melodias e batalhas musicais que ajudaram a moldar o power metal contemporâneo.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

One thought on “Resenha: Hammerfall – “Steel Meets Steel: Ten Years of Glory”

  • novembro 11, 2025 em 11:19 pm
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    Vejo o som de antigamente do Hammerfal como algo novo, ainda!!!!! Sei lá, as vezes escuto Hammerfal e não parece ser uma banda tão velha, gosto do som da banda!!!! Valeu!!!!

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