Resenha: Tarja Turunen – “Best Of: Living the Dream” (2022)

Tarja Turunen é uma espécie de mãe de diversos “filhos órfãos” dela frente a banda que a catapultou ao estrelato, o Nightwish.

Particularmente, confesso não ser o maior entusiasta da cantora, desde o tempos dela junto a Tuomas Holopainen, que mesmo com uma grande técnica vocal, pouco agrada meus ouvidos, soando um tanto exagerada e sem emoção em diversos momentos.

Mas ainda assim, reconheço o esforço de Tarja, vinda ainda de uma época onde mulheres assumindo o papel principal em uma banda não era tão corriqueiro, como ela própria já falou em entrevistas, e mais admiração ainda é o fato dela ter continuado na vida musical após a conturbada saída do Nightwish.

De lá para cá, já se vão seis discos solos, e finalmente, a primeira coletânea de sua história. “Best of: Living the Dream” chegou em dezembro passado, lançado pela earMUSIC trazido ao Brasil pela Shinigami Records, com uma edição com luva envernizada como presente aos fãs.

Eye of The Storm” é quem abre o trabalho e é também um presente da cantora aos fãs, sendo esta uma faixa inédita e que traz elementos de identidade de Tarja. Há uma mistura do folk e do sinfônico ali, explodindo em um refrão forte que com certeza irá trazer momentos nostálgicos aos seus ardorosos seguidores. “I Walk Alone” da sequência seguindo passos parecidos com a abertura, e mostra como em 15 anos de carreira solo, ela mantém aquela jovialidade anterior, mas ao mesmo tempo trazendo amadurecimento ao seu trabalho em um contraponto de anos nas duas faixas, que creio terem escolhidas para estarem em sequência por algum motivo do tipo.

Em outros momentos, passeamos por encontro de Tarja com grandes nomes da música pesada, como Alissa-White Gluz, do Arch Enemy, na “funkeada” “Demon in You”, é com Bjorn “Speed” Strid, do Soilwork, na pesada e potente “Dead Promises”.

O tratamento para a coletânea foi especial e assim sendo, todas as faixas foram remasterizadas para o lançamento, o que as da um ar polido e de fresco durante a audição.

Eis um bom material para os que não tiveram contato com a carreira pós Nightwish (meu caso) de Tarja, que mostra o que sabe fazer e o que aprendeu nos anos com a banda, para segurar as rédeas sob o seu próprio nome e continuar seu legado, e principalmente, dando aos fãs o que eles mais amam, sua voz.

NOTA: 7

 

 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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