Resenha: Violator – “Unholy Retribution” (2025)
Acabou a espera. Após longos 12 anos, o Violator está de volta, com “Unholy Retribution“, que apesar dos mais de vinte anos de atividades, é apenas o terceiro álbum da carreira da banda brasiliense, cuja mensagem antifascista é a principal bandeira (e claro, provocando revolta naqueles que não entenderam o Thrash Metal).
Gravado em julho de 2024 na capital do Brasil, o álbum contou com produção do belga Yarne Heylen, que além de baixista da banda de Death Metal Carnation, também desponta como produtor e já tem em seu currículo trabalhos com o Warbringer. A bolacha saiu pela Kill Again Records em CD e nas plataformas digitais, e em breve também sairá em cassete e vinil. A arte da capa é assinada por Andrei Bouzikov.
O Violator não abriu mão de suas convicções na hora de nos oferecer mais este álbum, e a temática não poderia ser outra: o fascismo, que cresce não só no Brasil, mas no mundo, de maneira vertiginosa, principalmente nos últimos dez anos. E o Brasil no centro das atenções do mundo, tendo um ex-presidente sendo julgado pela tentativa de golpe de estado, quando os outros crimes cometidos em seu governo (como o descaso com as vidas perdidas na COVID-19, o discurso antivacina, e o uso da religião para provocar medo nas pessoas) também deveriam estar sendo levados em conta pelo Supremo Tribunal que o julga. A banda foi perfeita em definir que “o fascismo é a paranóia do capitalismo”, na letra de “Persecution Personality“.
Quanto à sonoridade, a banda nos apresenta seu Thrash Metal Old-School, com riffs nervosos, muita velocidade, e todo o ódio que a extrema-direita deveria despertar em quem tem um mínimo de senso crítico e consciência de classe. “Unholy Retribution” traz 8 petardos em breves 40 minutos. Os destaques ficam por conta de “Hangs the Merchants of Illusion“, a já citada “Persecution Personality“, além de “Destroy The Altar“, “The Evil Order” e “Rot in Hell“. Cada música é um soco no estômago dessa turma que se utiliza do falso patriotismo, dos pastores que mais parecem cabos eleitorais, e principalmente, do complexo de vira-latas, que alguns brasileiros ainda têm. A sonoridade é o puro suco dos anos 1980, mesmo 40 anos depois e sem soar datado.
Claro que vão aparecer aqueles que acham que a banda está “lacrando”, que são comunistas, mas estes são os mesmos que não entenderam o Kreator, o Sodom, ou, para ficar nos exemplos brasileiros e já habituados com a nossa dura realidade, Dorsal Atlântica, Ratos de Porão, Black Pantera e algumas outras que não se entregam e mostram que realmente aprenderam a essência do Rock N’ Roll. Ou esqueceram que os criadores do Heavy Metal eram da classe operária e lá em 1970 já demonstravam insatisfação com as guerras promovidas pelo imperialismo? O Violator parece não estar preocupado com que a turma conservadora do Metal pensa e vai fazendo seu trabalho, com excelência. Esse trampo é fácil top 5 do Metal brazuca em 2025.
NOTA: 9.0