Resenha: Wednesday 13 – “Mid Death Crisis” (2025)

Com “Mid Death Crisis”, o Wednesday 13 entrega um trabalho visceral que mergulha de cabeça na ideia de enfrentar nossos próprios monstros interiores. Ao longo das doze faixas, o álbum constrói uma jornada que não fala em derrotar os demônios pessoais, mas sim em aceitá-los e, em alguns momentos, até dançar com eles. É uma obra crua, sombria e, ao mesmo tempo, divertida em sua ironia mórbida — exatamente o tipo de experiência que só Wednesday 13 consegue criar.

A introdução “There Is No Such Thing as Monsters” abre o disco com uma aura fantasmagórica, preparando o terreno para “Decease and Desist”, onde o clima sinistro se consolida em riffs pesados e vocais que dão forma ao tema central da obra. Em seguida, músicas como “No Apologies” deixam claro que não há concessões: a banda não pede desculpas por abraçar o lado sombrio, entregando uma faixa pulsante e carregada de atitude.

O álbum também reserva momentos de contraste, como em “I Hurt You”, que desacelera para mostrar um tom mais vulnerável, ainda que envolto em peso e melancolia. Já “Decapitation” é um dos pontos altos: riffs agressivos se misturam a uma energia quase dançante, em uma ironia macabra que só o grupo poderia executar com tamanha naturalidade. “Xanaxtasy”, por sua vez, simboliza a entrega completa ao caos interno — um convite para dividir prazeres e tormentos com o “monstro interior”.

Fechando a jornada, “Sick and Violent” funciona como a síntese perfeita do disco. Em vez de encerrar em clima reflexivo, a faixa eleva ainda mais a intensidade, reforçando a ideia de que “Mid Death Crisis”, lançado pela Napalm Records e em distribuído pela Napalm Records, não é sobre fugir da escuridão, mas sobre reconhecê-la e assumir que ela faz parte de nós.

Para os fãs de longa data, o álbum é mais uma prova de que Wednesday 13 permanece fiel à sua essência, entregando uma obra sangrenta, sombria e surpreendentemente cativante. Para quem chega agora, é um convite direto ao mundo retorcido e magnético de uma das figuras mais criativas do horror metal contemporâneo.

NOTA: 7

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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