Resenha: Wintersun – “Time II” (2024)

Após anos de espera repletos de atrasos, desculpas e até campanhas de financiamento coletivo, “Time II“, lançado pela Nuclear Blast e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, finalmente chegou às nossas mãos. Para os fãs de Jari Mäenpää, essa é uma vitória e um momento aguardado com expectativa.

Jari, conhecido por seu trabalho icônico com o Ensiferum, tem uma habilidade única de criar música que transcende gêneros. Embora eu não me considere um fã fervoroso de power metal, a estreia do Wintersun permanece como uma das melhores expressões do gênero, e as expectativas para este novo trabalho eram altas.

A jornada musical de “Time II” começa com uma introdução orquestral que prepara o ouvinte para o que está por vir. “The Way of the Fire” abre o álbum com grandes riffs e solos arrebatadores que rapidamente capturam a atenção. Com um refrão potente e uma energia contagiante, essa faixa inicia o disco de forma impressionante. O solo no segundo ato é um verdadeiro deleite, apresentando mudanças de tom e compasso que revelam Jari no auge de sua maestria.

A faixa “One with the Shadows” traz um ritmo médio e melodias que se destacam, destacando o trabalho de guitarra com uma sensação épica. O interlúdio “Ominous Clouds”, com sua abordagem mais introspectiva, é um momento autoindulgente que, apesar de breve, mostra a versatilidade de Jari, com seu vocal limpo e emocionante.

“Storm” se destaca como a peça central do álbum, levando os ouvintes a uma odisseia sonora repleta de reviravoltas. Com uma atmosfera envolvente que ecoa os melhores momentos de álbuns anteriores, essa faixa nos imerge em um clima épico e intenso. O grandioso encerramento “Silver Leaves” surpreende com sua influência chinesa, superando tentativas similares em “Time I“. Aqui, as melodias cativantes e os cantos limpos se entrelaçam de maneira magistral, evocando nostalgia e memórias que vão além da música, como a expansão “Mists of Pandaria” de “World of Warcraft“.

Embora tenha apreciado minha experiência com “Time II“, devo dizer que não fiquei completamente impressionado. A mixagem, por vezes, parece saturada e a produção da bateria poderia ser aprimorada. No entanto, a força das composições e os momentos memoráveis fazem desse álbum um pacote coeso e satisfatório.

Acima de tudo, “Time II” representa um marco significativo para Jari como músico e para sua reputação. Após tantas controvérsias em torno da produção, a possibilidade de um lançamento decepcionante poderia ter sido catastrófica. Contudo, “Time II” se revela um retorno sólido à forma, que vale a pena ouvir, mesmo para aqueles que podem ter se distanciado do som do Wintersun. Em meio a todas as adversidades, a saga de “Time II” tem um final feliz e nos deixa ansiosos pelo que está por vir.

NOTA: 7

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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