Resenha: Xandria – “The Wonders Still Awaiting” (2023)
Havia muita expectativa em cima do novo disco do Xandria desde o seu anúncio, e isso se dava pelo fato da reformulação quase inteira que a banda passou. O único membro restante da formação original foi Marco Heubamm.
Eis chegado finalmente a hora de conferirmos “The Wonders Still Awaited“, lançado pela Napalm Records e distribuído no Brasil pela Shinigami Records. O oitavo disco do grupo traz calma aos fãs mais ardorosos e a esse ponto, duvidosos do que poderia vir com uma mudança tão drástica. Para alegria de todos, a banda continua apostando em todas as suas identidades de outrora, trazendo ao extremo sua influência principal do Nightwish, e carregando peso em mistura do melódico. A nova vocalista Ambre Vourvahis, é mega competente e não deve em nada aos ouvintes que poderiam ficar com medo do que encontrariam.
A abertura com “Two Worlds” traz a sinfonia e já acalenta os fãs, e a música prima pelo peso, com uma mudança sonora na metade, com guitarras densas e vocais agressivos. “Reborn” da sequência e é uma mescla de peso e versos mais brandos, tendo um refrão grandioso que faz Ambre brilhar e mostrar que a escolha da vocalista foi certeira. A música é mais direta que a anterior e isso é bem interessantes de se acompanhar na versatilidade da obra. “You Will Never Be Our God” encarna ares do death metal melódico, e é sem dúvidas uma das melhores gravações do registro. Dona de ótimo groove, os vocais são divididos com Ralph Scheepers do Primal Fear. O andamento ágil da música é cativante, e as nuances exploradas entre Ambre e Ralph são incríveis no segundo verso. Grande momento. A faixa título é a seguinte e traz uma banda mais tradicional e busca cair nas graças dos fãs mais antigos. “Ghosts” traz bons riffs. Os versos seguem com a banda em ótima sintonia, carregando na parte mais dramática, apostando em algumas guitarras fora do convencional. Daqui em diante, o disco se mescla em momentos mais líricos e harmônicos como a balda gótica “Your Stories I’ll Remember” e a pesada “My Curse Is My Redemption”, que aposta em quase power metal e refrão bastante melódico. “Illusion Is Their Name” continua o ataque das guitarras e se mescla a vocais rasgados que transformam a música em uma grande obra aqui. Ainda há pela frente, “Paradise”, outra balada, muito bonita por sinal e a pesadíssima “Mirror of Time“. Indo ao final, encontramos “Astèria”, épico de 9 minutos que a banda arrisca como o girar da chave na hora de trancar as portas, e o faz muito bem, se desafiando e trazendo diversos elementos diferentes do habitual. Com a responsabilidade de finalizar o registro, a música é acertada e desliga o som com o dever cumprido e não menos do que um tanto satisfatório.
Além da excelente execução da banda, o álbum traz uma ótima produção, que valoriza a todos os instrumentos e os infinitos elementos que criam a atmosférica música do Xandria. Há ainda uma ótima arte de capa, como cenário da jornada encontrada aqui.
Feito para agradar fãs, velhos e novos, ou mesmo aos não chegados, a banda entrega um ótimo resultado da estreia de sua nova formação e prova que ainda tem muito o que vir pela frente, e que este é só o começo de sua nova versão.
NOTA: 8