Richie Faulkner fala sobre os prós e contras de I.A na música

Um debate vem tomando cada vez mais destaque na sociedade moderna, o uso das inteligências artificiais.

Obviamente, a ferramenteiro chegou ao mundo da música, com vozes recriadas e até mesmo vozes de cantores que já se foram, “voltaram a vida”, cantando músicas de outras bandas.

Richie Faulkner, o guitarrista do Judas Priest, falou sobre o assunto em entrevista ao Rock Nation e transcrito pelo Blabbermouth:

“É uma ótima pergunta, porque eu venho colocando bateria em faixas demo há anos, e não sou um baterista. Então eu tenho tocado bateria de teclado… Para mim, é quase a mesma coisa. Tenho certeza de que alguém tem um argumento contra isso. Mas estamos criando coisas, como bateria, por exemplo… Não dediquei tempo para aprender a tocar paradiddles ou afinar uma caixa ou microfonar uma bateria. Posso apenas jogar em um programa e tocar uma caixa perfeitamente microfonada, perfeitamente afinada, soar bem e tocar um kit e colocá-lo em uma demonstração para expressar minha ideia do que eu quero. Agora, isso é o mesmo que um programa de IA? Provavelmente é diferente. Mas pode ser assim que as coisas estão indo, e cabe a nós descobrir como fazer as coisas… Não sei o que estou tentando dizer.

Acho que há prós e contras com a IA. Eu acho que é bom expor suas ideias, como o programa de bateria, por exemplo, mas ainda deve haver algum tipo de mérito artístico para as coisas. Ou talvez não haja mais; talvez as pessoas não se importem com isso. Eu não sei. É o tempo em que vivemos.

A capa do disco do Elegant Weapons, juntei várias ideias para enviar ao artista que faz a capa, e ele disse: ‘Devemos usar isso’. E eu disse: ‘Sim, mas eu os fiz em um gerador de IA e então consertei alguns deles com o Photoshop, então eles ficaram um pouco diferentes’. E ele disse: “Não importa. Eles são ótimos.” A questão é que era apenas uma representação do que estava na minha cabeça, como a bateria, mas acabou sendo a capa do álbum. Então eu não sei… Isso é legítimo? Sei. Algumas pessoas diriam que não. Não fui para a escola de arte para aprender a fazer isso. Mas aí está.

Não sei se é legítimo ou não, ou para onde vai. Eu sei que vou produzir música do jeito que sei até não poder mais. Ou até sermos invadidos pelas máquinas.

Então, sim, quem sabe o que o futuro reserva?”

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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