Rush: 38 anos de “Hold Your Fire”

Podemos dizer que essa é a semana do Rush. Nos próximos dias teremos alguns discos da banda fazendo aniversário e vamos falar deles aqui. O primeiro deles é “Hold Your Fire“, o álbum de número doze da discografia do maior Power Trio da história da música, que foi lançado há 38 anos, em 8 de setembro de 1987,

A banda havia terminado a turnê de divulgação do álbum “Power Windows” durante o verão do hemisfério norte de 1986 e eles resolveram tirar uns meses de férias. Um ano antes do lançamento do aniversariante do dia, em setembro, Neil Peart iniciou o trabalho nas letras, ao mesmo tempo que Geddy Lee iniciava as composições utilizando seu teclado e o Macintosh e Lifeson trabalhou em algumas linhas instrumentais gravados em fita cassete.

As gravações foram iniciadas em 5 de janeiro de 1987, quando eles atravessaram o Atlântico e partiram rumo a Inglaterra e se instalaram no The Manor Studio. Por lá eles gravaram a bateria em modo analógico como gostava Neil Peart. O baixo, teclados, guitarras e vocais também foram gravados neste estúdio, mas tudo registrado diretamente em formato digital. Em 7 de fevereiro, eles foram para o Ridge Farm Studio, onde gravaram os teclados adicionais e outros ítens. Em 1° de março, eles foram para o Air Montserrat para gravar uns overdubs para as guitarras de Lifeson e ainda no mês de março, a banda retornou ao Canadá, mais precisamente ao McClear Place Studios, em Toronto, para a conclusão dos overdubs, além de gravar arranjos orquestrais para algumas músicas e as participações especiais. As gravações terminaram em 24 de abril, sob a supervisão do produtor Peter Collins.

Duas semanas depois, a banda atravessa novamente o Atlântico, desta vez tendo como destino Paris, afim de fazer a mixagem do disco, que aconteceu no William Tell Studio, no dia 7 de maio. Em julho, Geddy Lee foi até a Masterdisk, em Nova Iorque, onde masterizou o álbum juntamente com Bob Ludwig. Perdeu as contas? Eles utilizaram seis estúdios para produzir o homenageado do dia.

O álbum tem dez músicas e 50 minutos de duração. Era a época em que o Rush abriu mão do Rock Progressivo e mergulhava de cabeça nos sintetizadores. Algumas músicas se destacam, como “Force Ten“, “Time Stand Still“, “Mission” e “Turn the Page“. A música “Tai Shan“, que contém elementos da música chinesa, causou arrependimento nos músicos, que admitiram mais tarde que foi um erro. A faixa tem elementos da música chinesa.

O álbum é cheio de altos e baixos. Se está longe de estar na primeira prateleira entre os melhores álbuns da história do Rush, também não é um disco que deve ser jogado fora, pois contém algumas das músicas que ficaram eternizadas. É preciso compreender que o trio entrou na onda dos sintetizadores que diversas bandas também entraram. Na década seguinte, eles retornariam com uma sonoridade mais crua e pesada. Mas há pontos positivos como a produção que ficou excelente. O álbum recebeu críticas mistas, mas no geral foi bem recebido, afinal de contas é um álbum do Rush e como tal, no mínimo apresenta o selo de qualidade da banda.

Comercialmente, o álbum não foi tão bem quanto os anteriores. Ainda assim, o álbum alcançou a posição de número 13 na “Billboard 200“, a mais baixa posição de um disco do Rush desde “Hemispheres” (1978). O álbum alcançou a 9ª posição no Canadá e na Finlândia, 10ª no Reino Unido, 21ª na Suécia, 34ª na Alemanha, 40ª na Holanda e 67ª no Japão. Recebeu disco de prata no Reino Unido, Ouro nos Estados Unidos e Platina no Canadá. Ainda assim, bons números para um álbum que ficou um pouco abaixo que seus antecessores no quesito qualidade das composições.

Após o lançamento, a banda saiu em turnê ao redor do mundo, que não incluiu o Brasil, obviamente, eles só iriam fazer a primeira visita por estas terras no ano de 2002, no estádio do Maracanã, na apresentação que virou a gravação do CD/ DVD “Rush in Rio“. Mas voltando a turnê do aniversariante do dia, ela rendeu o disco ao vivo + VHS “A Show of Hands“, no qual entraram quatro músicas do play de hoje: as já citadas “Force Ten“, “Time Stand Still“, “Mission” e “Turn the Page“. É um belo registro da banda, que algum dia iremos trazer aqui.

Enfim, hoje é dia de celebrar e exaltar não só este álbum, mas também o Rush, que alguns de nós tivemos a dádiva de viver na mesma geração que Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart, esses três lendas. Peart, infelizmente nos deixou no início de 2020, mas seu legado está aí e nossa obrigação é manter vivo. Geddy Lee e Alex Lifeson já estão juntos tirando alguns sons, e há uma expectativa de que eles voltem a fazer shows. Só não sabemos se será com o nome Rush.

Hold Your Fire – Rush

Data de lançamento – 08/07/1985

Gravadora – Anthem

Faixas:

01 – Force Ten

02 – Time Stand Still

03 – Open Secrets

04 – Second Nature

05 – Prime Mover

06 – Lock and Key

07 – Mission

08 – Turn the Page

09 – Tai Shan

10 – High Water

Formação:

Geddy Lee – baixo/ vocal/ teclado/ sintetizadores

Alex Lifeson – guitarra/ violão

Neil Peart – bateria/ percussão

Participações especiais:

Aimee Mann – vocal em “Time Stand Still“/ backing vocal em “Tai Shan“, “Open Secrets” e “Prime Mover

Andy Richards – teclados adicionais/ sintetizadores/ programação

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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