Rush: “Counterparts” completa hoje 30 anos de lançamento

Há 30 anos, o Rush lançava “Counterparts“, o álbum de número 15 na discografia do maior power-trio da história não só do Rock Progressivo, mas como do Rock de maneira geral. Nós vamos te contar um pouco da história deste play neste artigo.

Dois anos após “Roll the Bones“, os rapazes retornavam ao estúdio para produzir e gravar mais um disco, para êxtase dos fãs ansiosos por novo material. “Counterparts” marca a transição da sonoridade eletrônica que foi adotada nos anos 1980, da qual alguns torceram o nariz. O Rush não tem um disco ruim, mas, que era muito melhor vê-los de volta ao bom e velho Rock ‘n’ Roll, disso não temos a menor dúvida. O ápice deste retorno seria no disco sucessor deste, “Test for Echo” (1996), mas aqui já temos momentos de peso.

Ainda sobre a sonoridade, mais pesada, eles assumiram que aqui em “Counterparts“, sofreram influência de bandas como o Primus e o Pearl Jam. A primeira banda tocou como banda de abertura na tour anterior e a banda de Eddie Vedder era uma das bandas que estavam emergindo na cena naquele momento. O trio entendeu que as músicas novas deveriam ter uma fusão entre espontaneidade e refinamento. Lee e Lifeson trabalharam arduamente nas composições, enquanto que Neil Peart trabalhou nas letras, como ele sempre fez desde que entrou na banda e assumiu esse papel de letrista.

Em junho de 1992, ao final da turnê de “Roll the Bones“, os caras tiraram merecidas férias, antes de se reunirem, entre os meses de abril e junho de 1993, em dois estúdios: o “Le Studio”, em Quebec e no “McClear Pathé”, em Toronto. A produção foi assinada por Peter Collins em parceria com a própria banda. Collins voltava a trabalhar com o Rush, após ter produzido os discos “Power Windows” (1985) e “Hold Your Fire” (1987). Durante o período de ensaios e pré- produção, todos ficavam no estúdio durante a semana, retornando para suas casas nos finais de semana para ficarem com suas famílias e voltarem com ideias frescas para a continuidade do processo.

Mas nem tudo foram flores durante este período de produção do aniversariante do dia: a banda enfrentou diversos problemas técnicos, que atrasou Neil Peart em organizar as suas partes. Geddy Lee explicou o que aconteceu. Aspas para ele:

“Ele passou por um período de ensaio massivo; ele trabalha tremendamente duro e é incrível de testemunhar.”

Lifeson constantemente pediu a Lee para não usar nenhum teclado para o álbum, mas Lee os trouxe para o estúdio, o que criou “uma atmosfera imediata”. Lee afirmava que os teclados eram usados no “Roll the Bones” apenas para embelezar as canções e desejava usá-los da mesma maneira para o novo play. Geddy Lee certa vez falou sobre esse “conflito”.

“Mas Alex estava fazendo suposições de que eu queria teclados em todos os lugares. Era uma situação muito volátil.”

Lifeson, por sua vez, disse que os dois tiveram “maiores altos e baixos emocionais” durante a fase de composição do que qualquer outro álbum anterior do Rush e em parte culpou várias “pressões externas” pessoais que não se relacionam com a vida pessoal de nenhum dos dois.

Na parte musical, “Counterparts” é formado por onze faixas em 54 minutos. As guitarras se tornaram protagonistas como há muito tempo não se via. Não é nenhum exagero em se afirmar que se trata do álbum mais pesado do Rush. Os grandes destaques são as faixas “Aninate“, “Stick It Out“, “Nobody’s Hero“, além da maravilhosa instrumental “Leave That Thing Alone“. Todas essas faixas foram tocadas pela banda ao vivo até o último momento.

Counterparts” estreou na segunda posição da “Billboard 200”, atrás somente de “VS.”, o segundo álbum do Pearl Jam, que foi coincidentemente lançado na mesma data. No Reino Unido, o álbum alcançou a 14ª posição; na Suécia ficou em 45°; na Alemanha chegou a 47ª posição e na Holanda ficou em 56° lugar. A música “Stick It Out” ficou em 1° lugar durante quatro semanas na categoria “Album Rock Tracks Chart“, da Billboard, e “Leave That Thing Alone” foi indicada ao Grammy na categoria Melhor Performance instrumental de Rock. Não levou, mas merecia muito. O álbum foi certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos e Platina no Canadá.

Infelizmente o Rush não está mais em atividade. A banda optou em encerrar suas atividades quando o baterista Neil Peart não tinha mais saúde e condições de sair em turnês e tocar. Quem viu a banda tocando, pôde comprovar o quão sensacionais eles eram e a experiência de ouví-los in loco era simplesmente inenarrável. Hoje é dia de celebrar esse disco maravilhoso e de manter o legado destes três rapazes. Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart são três monstros sagrados. O Rush deveria ser ensinado na escola.

Counterparts – Rush

Data de lançamento – 19/10/1993

Gravadora – Atlantic

 

Faixas:

01 – Animate

02 – Stick It Out

03 – Cut to Change

04 – Nobody’s Hero

05 – Between Sun & Moon

06 – Allen Shore

07 – The Speed of Love

08 – Double Agent

09 – Leave That Thing Alone

10 – Cold Fire 

11 – Everyday Glory

 

Formação:

Geddy Lee – vocal/baixo/ teclado

Alex Lifeson – guitarra

Neil Peart – bateria

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