Scott Travis sobre o álbum Nostradamus: “Não acho que tenha sido nosso melhor lançamento”
Em uma nova entrevista ao programa The Classic Metal Show, conduzido por Chris Akin, o baterista Scott Travis, do Judas Priest, foi questionado se os membros da banda ainda olham com carinho para o álbum conceitual duplo e sinfônico “Nostradamus”, lançado há mais de quinze anos. Ele respondeu (conforme transcrição do Blabbermouth.net):
“Acho que vai depender de quem você perguntar na banda. [Risadas] Para mim, pessoalmente, sim, eu não acho que tenha sido nosso lançamento mais forte, e ele foi pensado para ir além do que seria apenas uma banda de rock gravando um álbum de rock e fazendo uma turnê. Ou seja, era para ser algo que talvez pudesse ter virado algum tipo de espetáculo teatral ou algo com uma produção maior. Não tenho certeza. Só me lembro de ouvir o papo, inicialmente, sobre a ideia de fazer um álbum baseado na vida de Nostradamus e coisas do tipo.”
Travis também comentou sobre o clima dentro da banda naquele período, especialmente entre os guitarristas fundadores:
“Pensando bem, isso foi também perto do fim da relação entre K.K. e Glenn. Entende o que quero dizer? Porque eles ainda estavam na banda, mas havia muita ruptura ali. E, de novo, eu fui testemunha disso. E dava para perceber que as coisas provavelmente não iam durar muito tempo. Eu não sabia o que aconteceria, nem que o K.K. realmente sairia da banda — certamente não previ isso — mas dava para perceber que eles não estavam se dando bem e que todo mundo meio que estava se distanciando e vivendo em partes diferentes do mundo.”
O baixista Ian Hill também opinou sobre o disco:
“Talvez tenha sido algo que precisávamos tirar do nosso sistema. Mas é um daqueles álbuns — muito longo, muito complicado também, e que foi pensado para ser ouvido de uma só vez, o que é uma das razões pelas quais não tocamos nenhuma música desse disco. É ótimo — no fundo, é um grande álbum de heavy metal; realmente é — mas se tratando de escolher músicas que se encaixariam no setlist no momento. E não há nada lá que ia melhorar o set. Mas, por questão de colocar algo do Nostradamus — poderíamos tocar alguma música — mas isso não ajudaria o set de nenhuma outra forma. E é difícil de fazer, quando você monta um setlist, porque tem que encontrar aquele equilíbrio entre material novo, obviamente clássicos antigos que você pode ser linchado se não tocar, e você tem uma verdadeira mistura do que podemos escolher. E fica mais difícil a cada álbum, porque toda vez que você coloca uma música nova, você tem que tirar o potencial favorito de alguém. Mas fazemos o melhor que podemos, e acho que estamos acertando bem até agora.”
Lançado em 2008, Nostradamus foi alvo de críticas por se distanciar do estilo clássico do Judas Priest, apresentando quase exclusivamente músicas lentas, densas, operáticas e com muitos teclados, com poucos poucos sons de média velocidade.