Seventh Storm – “Maledictus” (2022)
Mike Gaspar era o nome atrás das baquetas do Moonspell, e que resolveu tomar as rédeas da sua própria banda criando o Seventh Storm, que lança em 2022 seu disco “Maledictus, via Atomic Fire e distribuído pela Shinigami Records.
A capa com a temática pirata, inspira que encontraremos algo girando em torno do power/symphonic metal, e conforme os releases saíam antes do lançamento oficial, se prometia uma mistura que iria de Cradle of Filth a Mötley Crüe. O resultado não é bem esse que vemos ao dar o play. O som se aproxima mais de um liquidificador misturando o Godsmack e o Killswitch Engage. A temática gira em torno dos giros dos portugueses, terra natal de Gaspar, em suas buscas por novos lugares em um período de colonização.
A abertura de “Pirate’s Curse” entrega o que o disco será dali em diante. Há o traço do épico, mas a roupagem investida soa um tanto moderna e de bandas que estão mais para outro lado do que o que de fato possa se esperar, ainda mais se tratando de onde Mike vem musicalmente. “Saudade” começa em tom mais lento, mas logo se torna algo parecido com o que o Trivium tem trabalhado há um tempo, principalmente em seu último disco. É uma boa faixa e com bastante peso, e bom entrosamento da banda e um bom desempenho do vocalista Rez. “Gods of Babylon” é uma das mais pesadas, iniciada com blast beats de Gaspar e soa um tanto moderna, e nem de longa digo isso de forma pejorativa, mas funcionando muito bem dentro da proposta do grupo e assim eles criam uma das melhores faixas do disco. Há ainda uma passagem com temas da música portuguesa que se encaixam muito bem aqui. “The Reckoning” é mais auxiliada pelos sintetizadores e ganha alguns contornos mais próximos do que talvez alguns estivessem esperando no fim das contas. “Inferno Rising” segue a mesma linha, trazendo climas do symphonic/prog metal e nos remetendo a algo do Symphony X. E engraçado notar como essa reta final do disco, ele parece ter se desconectado da parte anterior, se transformando em outras músicas. “My Redemption” é quem fecha fazendo um “passeio” em lugares diferentes sonoramente falando, mas acaba funcionando no final.
No final de tudo, o disco parece soar um pouco caótico e perdido dentro de uma sonoridade que parece não se encaixar uma com a outra, mas na verdade, durante a audição entendemos que se trata de um álbum que não firma exatamente um compromisso de ser uma estaca fincada em algo e com isso, brinca com diversos momentos de ganchos em diversos gêneros e bandas que certamente iremos reconhecer. Não se trata do disco da vida de ninguém, mas com certeza, divertimento você terá na hora em que o play é executado.
NOTA:7