Slayer: há 9 anos, banda lançava “Repentless”, seu ato final

O dia 11 de setembro é marcado pelos ataques terroristas nos Estados Unidos, que derrubaram as torres gêmeas do World Trade Center e tinham ainda como alvos, os prédios do Pentágono e da Casa Branca. A data também é significativa para o Slayer, que teve dois álbuns lançados nesta data. O primeiro é “God Hates us All“, de 2001, falamos dele AQUI, no ano passado. Mas nosso bate-papo desta quarta-feira vai tratar de “Repentless“, o décimo primeiro e último álbum de uma das bandas mais aclamadas do The Big 4.

Esse acabou por ser o único álbum sem contar com o guitarrista Jeff Hanneman, que nos deixou há dez anos. Entretanto, Jeff já não estava com a banda desde 2011, quando sofreu uma infecção provocada por uma picada de aranha, sendo substituído por Pat O’Brien e depois por Gary Holt. O Slayer havia gravado os dois álbuns anteriores com o lineup original. Entretanto, Dave Lombardo caiu fora mais uma vez em uma história mal contada sobre divisão de lucros entre os integrantes. Novamente Paul Bostaph retornava ao Slayer.

Mas antes da saída de Lombardo, ele afirmou que a banda tinha planos de gravar um novo play, o que foi desmentido por Tom Araya, que afirmou que a banda só voltaria a pensar em material novo quando Jeff Hanneman se recuperasse. Depois Kerry King afirmou que um novo disco estaria pronto em 2013, o que levou todos a acreditarem que Hanneman estava curado. Em julho de 2012, Kerry King anunciou o título de duas novas músicas: “Chasing Death” e “Implode“. Com todo esse turbilhão de coisas acontecendo, o Slayer foi adiando o lançamento de seu álbum.

Repentless” marcou a estreia e também o único disco do Slayer sob contrato com a Nuclear Blast. O Slayer se apresentou como um trio, tendo Kerry King responsável por praticamente todas as guitarras gravadas aqui. As exceções ficaram pelas músicas “Repentless“, “Vices“, “Cast the First Stone” e “You Against You“, cujos solos de guitarra foram gravados por Gary Holt. A faixa “Piano Wire” é de autoria de Jeff Hanneman e fica como uma homenagem póstuma ao guitarrista que fez história com sua vasta cabeleira loira sobre o rosto enquanto tocava.

Para gravar o play, a banda utilizou o Henson Studios, em Hollywood. Na produção, o renomado Terry Date e na arte da capa, o Brasil esteve presente na figura de Marcelo Vasco, que além de ser guitarrista do The Troops of Doom, trabalhou também desenhando capas de bandas como Krisiun, Malevolent Creation, Nervochaos, Memoriam, entre tantas outras. A faixa “Atrocity Ventor” foi concebida para fazer parte do álbum anterior, “World Painted Blood“, mas foi regravada e reaproveitada aqui no aniversariante do dia.

O álbum derradeiro do Slayer tem 12 músicas espalhadas em 41 minutos de audição que mostra a banda mais moderna, sem abrir mão do seu Thrash Metal direto. Como sempre, eles foram muito mais caprichosos nos riffs do que nos solos, o que não diminui a grandeza deles. O álbum foi muito bem recebido e tem também uma marca histórica: o 4° lugar obtido na sua estreia na “Billboard 200” é a maior posição alcançada pela banda em seu país natal.

O álbum também frequentou outras paradas de sucesso ao redor do mundo: 1° na Alemanha, 2° nos Países Baixos, 3° na Austrália e Suíça, 4° na Bélgica, Hungria e Portugal, 5° na Suécia, 6° na Áustria e Noruega, 7° na Escócia, França e Bélgica, 9° na Dinamarca, 10° no Japão, 11°no Reino Unido e 15° na Irlanda. E como foi lançado já em uma era digital, onde o consumo de materiais físicos caiu vertiginosamente, o álbum foi certificado com Disco de Ouro apenas na Polônia, onde vendeu dez mil cópias.

A banda saiu na estrada em turnê no ano de 2015 quando tocou com Anthrax, e em 2016 foi a vez do Testament e Carcass saírem na companhia do Slayer. Em 2018, eles iniciaram uma grande turnê de despedida, que contou em sua grande parte com Lamb of God, Anthrax e Obituary como bandas de abertura. A turnê passou pelo Brasil, quando eles se apresentaram em São Paulo com abertura do Claustrofobia, no episódio ridículo onde tentaram proibir o público de abrir rodinhas durante o show. Em 04/10/2019, o Slayer foi a atração principal do Palco Sunset do Rock in Rio. Na mesma data também tocaram o Anthrax, Claustrofobia, Torture Squad e Nervosa. A última apresentação do Slayer foi em 30 de novembro de 2019, em Los Angeles.

O Slayer, ainda que tenha decretado o seu final, estará de volta esse mês, para duas apresentações em festivais nos Estados Unidos, nos dias 20 e 27. Poucos afortunados terão a chance de vê-los ação novamente. Para os demais, fica o legado riquíssimo deixado por esses gigantes do Thrash Metal.

Repentless – Slayer
Data de lançamento – 11/09/2015
Gravadora – Nuclear Blast

Faixas:
01 – Deslusions of Saviour
02 – Repentless
03 – Take Control
04 – Vices
05 – Cast the First Stone
06 – When the Stillness Comes
07 – Chasing Death
08 – Implode
09 – Piano Wire
10 – Atrocity Ventor
11 – You Against You
12 – Pride in Prejudice

Formação:
Tom Araya – baixo/ vocal
Kerry King – guitarra
Gary Holt – guitarra
Paul Bostaph – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

One thought on “Slayer: há 9 anos, banda lançava “Repentless”, seu ato final

  • setembro 12, 2024 em 10:40 pm
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    Esse disco é uma verdadeira obra de arte em todos os sentidos…gosto muito da arte da capa!!!! Disco marcante, valeu!!!!

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