Sonata Arctica – “Ecliptica – Revisited”

No final dos anos 90, o metal melódico já não caminha em tanta evidência nem no centro dos holofotes. Por ali já haviam passado o grunge, o new metal e outros gêneros que acabaram ocultando um pouco do que o “metal espadinha” estava fazendo.

Mas foi nesse mesmo período que uma das bandas mais proeminentes do estilo nasceram. O Sonata Arctica surgia para o mundo com “Ecliptica”. Em seu 15º aniversário, a banda decidiu revisitar a obra e lançar uma nova versão dela. Trazido de volta pela Atomic Fire e no Brasil pela Shinigami Records, estamos diante de um momento delicado aqui.

Regravações geralmente acontecem quando é necessário fazer algum ajuste em uma gravação original, há troca de vocalistas ou melhorar uma produção. Já acompanhamos casos assim. O Pain of Salvation trabalhou sua obra máxima, o disco “Remedy Lane”, que de uma obra prima, ganhou sutilezas que a transformaram em algo transgressor.

No caso do Sonata Arctica, o disco original já havia sido trabalhado de uma forma que acertou em todos os pontos para todos aqueles que já o ouviram, não a toa fez a banda explodir em seu começo. Vejamos, estamos diante de um disco que ganhava sua segunda reedição, já que o trabalho já havia sido relançado em 2008 em uma forma remasterizada.

Então afinal de contas, qual o sentido dessa nova versão? Pois bem, talvez vejamos como uma forma do fã ter o disco na prateleira, visto que o original se tornou de difícil acesso. Outro caso, enxergamos faixas como “UnOpened”, que soam com uma timbragem diferente para se adequar a nova voz de Tony Kakko, além de teclados a mais no andamento e algumas baladas que soam mais “devagar” do que as lançadas originalmente, ou até mesmo letras repaginadas, como “Kingdom of a Heart“. Então, visto que só temos dois membros da época do lançamento original, o novo formato tem como função apresentar o que é o Sonata Arctica hoje.

O fato é que essa regravação acaba não agregando tanto valor a caminhada da banda. Nem faz tanto jus ao que o próprio disco representa em seu lançamento original. Não é um algo ruim por aqui, longe disso, é interessante ver como as coisas caminharam e chegaram até o que o grupo representa hoje, mas na via das dúvidas, comece pelo real começo.

NOTA: 6

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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