Summer Breeze Brasil estreia noite fervorosa em primeiro dia da segunda edição
Fotos: André Tedim
Chegamos ao dia da estreia de mais uma edição do que vem se tornando um dos maiores festivais do Brasil, o Summer Breeze.
Para a noite de estreia, como de costume, atrações brasileiras e internacionais desfilaram por quatro palcos, e já de cara, vemos uma mudança. O Waves Stage, que no ano passado estava dentro de uma sala escondida, veio para fora e colocou bandas em ar livre, onde elas realmente devem estar!
Colocando a primeira fagulha no ar, o Nestor foi responsável por abrir o espetáculo e iniciando a festa, emendando para Edu Falaschi, Tygers of Pan Tang, até chegarmos ao thrash metal visceral do Exodus.
Com um fundo centrado no ultimo disco, com o telão ao fundo trazendo o tema de Persona Non Grata, a banda abriu com a poderosa Bonde By Blood, cheia de riffs, com um Gary Holt monstruoso, acompanhado do vocalista Steve Zetro, que mostrou uma força visceral em seus vocais. Em Deathamphetamine, Holt brincou com harmônicos e harpejos, fazendo as primeiras rodas abrirem no Summer, e não foram poucas.
A Lesson In Violence leva seu nome a sério e coloca o evento a milhão, na medida em que o público começa a chegar.
Ainda há tempo para uma brutal, The Toxic Waltz, com direito a um trechinho do Raining Blood do Slayer. O Exodus prova que o thrash metal que eles empenham continua a todo vapor e com uma qualidade impecável e monstruosa, e da o pontapé certeiro para colocar o festival nos trilhos.
Na sequência, era hora de acompanharmos Sebastian Bach, ou Tião, como ele mesmo mencionou no palco ao entoar um couro puxando o carinhoso apelido que o público brasileiro lhe deu. Abrindo com What Do I Got To Lose? Bach mostra ser dono de um carinho enorme por parte dos fãs brasileiros, mostrando estar mega feliz de volta ao país. Big Guns, do Skid Row vem logo na sequência e mostra claro, uma acalourada recepção do público. Mas isso era só o começo. Sweet Little Sister e Here I Am vem na sequência, e 18 And Life é ovacionada por saudosos e novos fãs. Obviamente, é chover no molhado dizer que Bach não é mais o menino de 20 anos, portanto, sim, ele derrapou em alguns momentos, mas mostrou que sabe fazer um show visceral e com poder. Ele mostra isso ao lançar duas bombas destruidoras, com Slave to the Grind e American Metalhead. Bach ainda passeou por Wasted Time, arranco grito da plateia e tempo para Tom Sawyer do Rush, que não sei bem o que fazia ali, mas foi bem vinda. I Remember You ainda apareceu trazendo mais aplausos e gritos da plateia, com o encerramento em Youth Gone Wild. Sebastian Bach é sim controversos as vezes fala mais do que deveria, mas não deixa de mostrar como é um verdadeiro artista e rockstar. Um baita show
Summer Breeze é além de música arte, então em poucos minutos era hora de dar uma corrida para ver o que mais o festival oferecia e o stand da Horrror Expo foi a primeira parada. Há diversos vendedores mostrando artefatos dos mais variados tipos, e se você gosta e coleciona bonecos, se prepare para gastar o cartão, porque o bolso vai doer. O espaço garantido para as tatuagens está reservado, assim como quem quer gastar completando sua coleção de cds e livros.
De volta aos shows, era hora de acompanhar o Mr. Big em sua primeira aparição no Brasil com o seu atual baterista Nick D`Virgilio, a banda descarrega o seu hardrock virtuose com exímio poder de fogo. A abertura fica com Addicted To That Rush, tocada monstruosamente por Billy Sheehan e o insano Paul Gilbert. O grupo descarrega o seu setlist em alta, com um Gilbert no estilo contador, e descarrilha pérolas como Alive and Kicki`n, Never Say Never e outros. Hard Rock que é bom tem que rolar balada, e lógico que apareceram.
To Be With You é aplaudida estrondosamente e cantada por boa parte dos presentes no Memorial da América Latina, com o seu refrão marcante e grudento. Logo em seguida, Wild World não faz por menos. É de Gilbert brilhar e voar em um solo mostrando o seu poder de fogo entregando tudo que tem. Sheehan não fica atrás e também tem seu momento solo no palco onde mostra o monstro que é no baixo, colocando o instrumento para cantar. Eric Martin tem lá seus problemas na voz, e ele próprio não esconde isso de ninguém, mas ainda assim, entregou um show de acordo e de bom tom. Provavelmente esta será a última vez que veremos o Mr. Big em nossas terras, já que a banda pretende encerrar carreira, mas se de fato isso acontecer, o lacre selou em grande estilo o fechar de cortinas para uma das maiores bandas do hardrock mundial.
Passado essa parte, era hora de nos encontrarmos com o dono da primeira noite de Summer Breeze. Gene Simmons, o The Demon do Kiss, reaparece no Brasil pelo terceiro abril consecutivo, mas dessa vez, com sua banda solo, e como ele próprio fez questão de ressaltar em diversos momentos do show, sem alegorias de palco, sem maquiagem e até mesmo sem fones de ouvido. Tudo ao vivo e de forma direta, e um pouco antes da hora marcada, Simmons surge no palco sem muito aviso prévio e já manda Deuce, emendando Shout It Out Loud, que chega a ser estranho dar as caras por aqui, ja que o baixista havia prometido lados-b e músicas pouco tocadas pelo Kiss. War Machine e Detroit Rock City também no setlist da turnê de despedida de sua banda principal, da mesma forma são bem recebidas pelo publico, principalmente aos que não tiveram oportunidade de ver os maquiados em algum momento. Algo realmente diferente apresentado por aqui foram os corers para Comunication Breakdown, do Led Zeppelin, que ganhou uma roupagem animal por aqui, e Ace of Spades do Motörhead. I Was Made For Loving You, é sempre bem vinda com seu refrão cara de novelão, e Rock and Roll All Night fecha em clima de festa, com diversas mulheres convidadas a subir ao palco para fechar bem ao estilo Gene.
Simmons, entre alguns repetidos você tem uma bunda linda e algumas dancinhas ridículas, mostra que não precisa de todo aquele aparato do Kiss para realizar um show de rock no ponto.
A primeira noite de Summer Breeze é satisfatória, com um bom público presente e boas atrações variando entre diversos estilos, assim como o festival fez no ano passado, sendo um acerto fantástico. Ainda é só o começo e muita coisa vai rolar pela frente, mas começamos com o dois pé direitos.