Summer Breeze faz domingo estrondoso em dia de encerramento do festival
TEXTO POR: JULLY
O segundo dia de Summer Breeze Brasil foi simplesmente um espetáculo para os fãs de rock. Para este dia o festival apostou em um line-up diverso com opção para todos os modalidades do rock.
Quem iniciou os trabalhos logo cedinho foram os meninos do Krisiun inaugurando o palco Hot Stage, em um domingo lindíssimo e realizando um dos seus melhores shows até hoje. A banda chegou até cantar um dos clássicos eternos do Motörhead e deu espaço para o cover de “Ace of Spades”, deixando todo mundo surpreso com a escolha da canção no setlist.
Após termos recuperado o fôlego, parado um pouco na apresentação do Grave Digger, corremos para ver o Project46 e perfer o fôlego novamente. E eu não consigo explicar o tamanho da potência e dominio de palco que os caras têm quando sobem ali.
Como de praxe, Vini Castellari entrou com o seu escudo: a bandeira LGBTQIA+ fazendo questão de deixar claro que o rock é para todos. E o show que começou no meio do almoço de domingo sacudiu todas as estruturas ao tocar sucessos como “Atrás das Linhas“, “Violência Gratuita” e “Impunidade”. Mas o ponto alto foi nas músicas “Pode Pá/Foda-Se” e ‘Acorda Para Vida“, onde a banda fez todo mundo abaixar e levantar estrategicamente em seu refrão e também com uma roda de dança espetacular para encerrar sua apresentação mais eletrizante.
Quando você achou que tinha terminado, tínhamos que nos recuperar rápido para as apresentações da banda alemã FinnTroll e o seu visual inusitado e cheio de atitude e com um set list impecável que reuniu sucessos como: “Nedgång”, “Ormfolk” e até “Under bergets rot“. Mesmo com um show curto, os caras deixaram a sua marca na primeira edição brasileira do festival.
Depois de uma década, Kenny Leckremo retornou com tudo no comando do microfone do H.E.A.T, trazendo os seus agudos impecáveis e cheio de atitude no palco. O vocalista fez com que o público sentisse de longe a felicidade de estar no palco do Summer Breeze e por retornar a banda. Isso foi visível por diversas vezes em canções como: “Rock Your Body“, “One by One” e até mesmo em sua despedida com “A Shot at Redemption“. Com certeza o show memorável da banda marca um retorno triunfal que deixou os fãs surpresos com o grande entrosamento deles.
Já a estatueta da “banda mais inusitada do line-up” ficara com o Bury Tomorrow. Trazendo seu groove metal desde 2006, os meninos caíram de paraquedas em um dia que só tinha banda pesada e tradicional. Mas eles não se abateram e trouxeram na mala o seu bom humor, simpatia e felicidade por depois de 17 anos pisar em nosso solo sagrado. Inclusive, em conversa com a platéia, o vocalista Tom Prendergast deixou bem claro que vontade de retonar ao país para próximos shows é imensa. Então nos resta aguardar. Mas que eles façam parte de um line mais coeso e que se encaixe mais ao seu estilo de som para que eles sintam ainda mais o calor humano dos brasileiros.
Kreator, Avantasia, a técnica do The Winery Dogs, a fúria do Testament, o look ousado dos caras do Finntroll, as meninas seguras de si da banda Vixen, deixaram o público afiado para fechar a noite com o Stratovarius. Sem pisar no país desde a sua última apresentação no Carioca Club (SP), os fãs estavam sedentos por sucessos como: “Eagleheart“, “Winter Skies“, “Bass Solo” e abertura do show ficando por conta de “Survive”. Mas ainda cantaram bônus com os singles: “Forever”, “Unbreakable” e “Hunting High and Low“, ou seja, a espera valeu muito a pena!
Infelizmente nem tudo deu tão certo assim como todos pensam e não podemos deixar de mencionar alguns pontos negativos que precisam ser destacados. A manutenção dos banheiros foi bastante prejudicada, já que eles ficaram sem reabastecimento de papel higiênico e sem manutenção do lixo durante um bom tempo. O que acabou passando despercebido por alguns, mas um desconforto para outros, principalmente nos banheiros químicos.
O Memorial da América Latina recebeu uma imensa estrutura com relação à parceria com foodtrucks para poder suprir a fome e a sede dos fãs enlouquecidos do metal. Porém, quem estava sem dinheiro no fim do mês passou um perrengue: os preços realmente fugiam muito da realidade de alguns outros eventos que estamos acostumados e deixou uma galera com pouca grana. E se você quisesse comprar os produtos oficiais do evento também, esquece! Estavam caríssimos. Mas muito corajosos saíram felizes com a sua camiseta do Summer Breeze para usar por aí, se exibindo com os amigos e dizendo que foi em um dos melhores festivais deste ano.
Uma das inovações para este tipo de festival foi a passarela que ligava um palco a outro. Mas confesso que deixou muita gente sem fôlego (inclusive eu) para correr e assistir a próxima banda. A passarela se mostrou útil, porém ruim se você quisesse assistir uma banda seguida da outra. Se o objetivo era acompanhar a maioria das bandas, o plano falhava. Com shows sendo praticamente executados simultaneamente, ficou quase que impossível acompanhar uma apresentação inteira com sucesso.
Para uma primeira edição o Summer Breeze passou na inspeção de qualidade, apesar dos pesares. Quem foi disse que com certeza irá voltar e o festival já anunciou que podemos esperar a próxima edição em 2024.
Nós por aqui estamos, desde já, ansiosos para saber quem irá compor a vasta lista de bandas incríveis e de peso. Certamente, o Summer Breeze Brasil será lembrado como um dos melhores festivais deste ano.
Quem aí já está ansioso para a próxima edição?
FOTOS CEDIDAS PELO EVENTO