Symbols: há 25 anos Edu Falaschi se tornava conhecido com o álbum de estreia

Em algum dia de 1998, o Symbols, banda que fez história, mas infelizmente encerrou suas atividades depois de um breve período, lançava o seu álbum de estreia, que é o assunto a ser abordado por nós hoje.

Antes de gravar este play, Edu Falaschi, que fez aniversário recentemente, já tinha uma certa história no cenário metálico nacional. O cara havia cantado em uma banda chamada Mitrium e também havia sido finalista daquele concurso mequetrefe, que escolheu o vocalista que substituiria Bruce Dickinson no Iron Maiden. Não só ele como o nosso maestro inesquecível Andre Matos estiveram neste processo de cartas marcadas. Porém, sua passagem pelo Symbols possibilitou com que Edu se tornasse conhecido e sua carreira engrenasse.

Porém, sua entrada na banda, no primeiro momento foi para ser o produtor do álbum e não necessariamente como cantor. O Symbols, que nos primórdios usavam o nome de Symbols of Time, antes de simplificar seu nome, era formado pelo guitarrista Rodrigo Arjonas, e o baixista/ vocalista Tito Falaschi, irmão de Edu. Faltando dez dias para o início das gravações, eles convidaram o baterista Rodrigo Mello, o tecladista Marcelo Panzardi e o guitarrista Demian Tiguez. A troca dos membros foi uma sugestão de Edu, que no meio das gravações, acabou ficando como o vocalista. Aspas para o frontman:

“O nome veio da banda antiga, chamava Symbols of Time, era uma outra formação, tinha o meu irmão e o Rodrigo naquela época. Daí me chamaram pra ajudar na produção do CD, eu vi a demo deles, a gente conversou e eu disse que pra ficar um trabalho profissional mesmo, porque não adianta lançar um CD e ele nascer morto se a banda não for boa, tem que tirar o batera, o baixista e o outro guitarrista. Aí eles pensaram melhor e tiraram, chamaram o Tiguez, o Rodrigo Melo pra bateria e meu irmão começou a tocar baixo, porque ele já tocava. Quando eles iam gravar o CD disseram pra mim: “ah, canta numa música, faz uma participação”. E depois meu irmão falou: “porque você não entra na banda? Com dois vocais fica bem diferente”. Eu entrei na banda e não tinha mais sentido chamar Symbols of Time, ficou só Symbols.”

A nova formação de reuniu no Creative Sound Studios, em São Paulo, entre os meses de julho e novembro de 1997 e acabou que todos os integrantes participaram da produção do álbum. Tito Falaschi comentou sobre a primeira experiência na função.

“Esse disco foi um marco no metal nacional. O lance de ter dois cantores era muito interessante também. Foi onde pude mostrar o lado de compositor e tive contato com estúdio profissional e também como funciona uma produção, ali começou meu interesse em produzir bandas”.

Na época o álbum gerou uma grata surpresa, por ser uma banda estreante e fazendo música de extrema qualidade e que em nada ficava a dever para as bandas de fora. São 47 minutos divididos em dez faixas e as vertentes abordadas pelo sexteto vão desde o Hard Rock (“Scream of a People” e “Like Mars“), ao Power Metal (“Save my Soul“, “Eyes in Flames” e “The Traveller“), Prog Metal (“What Can I Do?” e “Rest in Paradise“) e baladas que poderiam facilmente integrar qualquer trilha sonora, são elas a bela “Hard Feelings“, “You” e “Make Love Through the Night“. O álbum não tem uma única música ruim e a audição se faz mais do que agradável.

O álbum foi lançado de maneira independente, depois sendo distribuído pela Megahard. Foram três tiragens bem limitadas, mas que fez com que a banda vendesse cópias para países como Alemanha e Japão. Rendeu também shows com Gamma Ray, Pink Cream 69, DC Cooper e Primal Fear. Por um bom tempo, tanto este álbum quanto o seu sucessor, o não menos maravilhoso “Call to the End” (2000), ficaram por anos fora de catálogo, mas em 2021, Edu Falaschi assinou uma parceria com o selo Shinigami Records e ambos os álbuns foram relançados e o público que não viveu aquela época pode agora ter acesso a banda que fez decolar a carreira do talentoso vocalista.

Vinte e cinco anos depois, a banda não existe mais, Edu segue como um dos maiores vocalistas do Brasil após ter passado por Angra e Almah. Seu irmão Tito é produtor e Rodrigo Arjonas hoje é um renomado DJ. Mas o disco pode ser facilmente colocado na galeria das maiores estreias de uma banda de Metal brasileiro. O Symbols merecia uma vida mais extensa, mas deixou sua história bem registrada. E hoje é dia de colocar esse play para escutar no volume máximo.

 

Symbols – Symbols

Data de lançamento – 1998

Gravadora – independente

 

Faixas:

01 – Scream of a People

02 – What Can I Do?

03 – Hard Feelings

04 – Save my Soul

05 – Like Mars

06 – Make Love Through the Night

07 – Rest in Paradise

08 – You

09 – Eyes in Flames

10 – The Traveller

Formação:

Edu Falaschi – vocal

Tito Falaschi – vocal/ baixo

Demian Tiguez – guitarra

Rodrigo Arjonas – guitarra

Rodrigo Mello – bateria

Marcelo Panzardi – teclado

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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