Venom Inc. “There’s Only Black” (2022)
Para muitos, o metal atual carece daquele som mais robusto, seco e direto. O Venom Inc. e seu novo lançamento, “There’s Only Black”, o segundo registro da carreira, vem exatamente preencher essa lacuna.
Lançado pela Nuclear Blast e distribuído pela Shinigami Records em versão nacional, o trio composto por Mantas, Demoliton Man e War Machine (nomes de guerra), que se autorotularam com um novo nome depois de sair de baixo da asa de Cronos, trazem um disco curto, seco e visceral.
As veias do thrash metal pulsam por ali, e a banda mostra um entrosamento amadurecido e que usa da experiência de seus integrantes para criar um disco bastante consistente e que vai dar uma boa canseira ao seu pescoço.
“How Many Van Dive” é de cara um tanque de guerra te atropelando e já te coloca onde o filho chora e a mãe não vê. Riffs brutais e solo que faz gancho para o loop agressivos dos versos. “Infinitum” é cadenciada e sem perder o pique de fúria e dona de um solo insano, que faz a música passear para um momento mais linear e melódico. “Come to Me” é um dos momentos mais “bate cabeça” do disco. Há uma veia do Motorhead como base ali, porém, com uma injeção de vitalidade e soando mais turbinado. Simplesmente brutal!! A faixa título chega na sequência e não faz por menos em escolher ser o carro chefe. Direta e com outro solo visceral, é certeira. “Tyrant” é um dos pontos chaves da obra. Densa, põe o dedo na ferida de líderes políticos e como muitos deles lidaram com a pandemia do COVID-19. Aliás, este é o tema central do disco, passando pela politicagem, as fake news e um tapa com luva de pelica na cara dos que se intitulam messias salvadores de nações mas responsáveis pelo caos a seu povo.
Estas faixas determinam o rumo do álbum e o que vem pela frente mantém o ritmo visceral.
Valeu a pena a espera, não só aos fãs da banda, mas aos fãs de metal! Eis aqui um grande disco que deixa em êxtase o ouvinte que anseia por um som desse tipo e que nem sempre estamos sendo “servidos”. Nesses casos, se esbalde nesse prato cheio!
NOTA: 8