Viúva de Canisso acusa Raimundos de suspender repasses de shows

A viúva de Canisso — a produtora cultural e psicóloga Adriana Toscano — afirmou que a banda Raimundos interrompeu os pagamentos combinados referentes aos cachês de shows realizados após a morte do baixista, ocorrida em março de 2023.

De acordo com ela, o acordo previa que os herdeiros do músico receberiam parte dos cachês sempre que a banda se apresentasse. Inicialmente, os repasses foram feitos, mas passaram a ser suspensos — sem aviso ou justificativa, conforme ela relatou primeiramente ao som.vc, editoria de música da Mídia Ninja, e depois a Revista Fórum.

Adriana destaca que a banda chegou a alterar o CNPJ, o que, segundo ela, teria facilitado a manobra para encerrar os pagamentos.


A acusação e o contexto do acordo

Segundo o relato de Adriana, no velório de Canisso o líder da banda, Digão, teria prometido que manteria os repasses à família, após a procurar para pedir que ela apoiasse a continuidade da banda e autorizasse Jean, antigo roadie de Canisso, a assumir o baixo. Ela diz ter concordado, mas afirma que, pouco depois, o contato cessou e os repasses foram interrompidos. — um compromisso formalizado em contrato, conforme visto na foto abaixo publicada pela Revista Fórum:

Ela afirma que a suspensão dos pagamentos ocorreu cerca de um ano após a morte do músico, no momento em que a banda intensificou a agenda de shows, inclusive com apresentações em homenagem a Canisso.

Adriana também disse que os repasses referiam-se somente aos cachês de shows — a principal fonte de renda do grupo — enquanto direitos autorais e repasses de gravadoras continuaram sendo pagos aos herdeiros.

A viúva ressalta que sua queixa não é contra a banda como um todo, mas contra a atual gestão, sob responsabilidade de Digão e do empresário recém-contratado, a quem ela atribui a manobra e revela debates entre o cantor e Canisso:

“Digão vendia shows solo mais baratos do que os cachês cobrados pela banda”, revela. “Isto sempre foi um ponto de discórdia entre eles. Canisso priorizava a banda de todos as formas”, desabafa.

Ela também critica declarações recentes de Digão, que disse que os Raimundos vivem sua “melhor fase”. Para Adriana, a fala é desrespeitosa diante da morte recente do baixista, cuja ausência — segundo ela — acabou aumentando temporariamente a demanda por shows devido às homenagens.

Adriana ainda afirma que não abriu processo judicial, mas que está sendo assessorada por advogados e pode recorrer à Justiça caso a situação não se regularize. “Não é só uma questão financeira, é uma questão de respeito e de cumprir a lei”, afirmou.

“A causa principal das discussões entre Canisso e Digão nunca foi por política”, revela ela. “O que incomodava Canisso é que a agenda de shows solo do Digão não era compatível com a da banda.”

Até o momento, a banda não se manifestou publicamente sobre as acusações.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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