Winger – “Seven” (2023)

TEXTO POR: TARCÍSIO CHAGAS
Pense numa banda que foi achincalhada pela maior banda de Rock do mundo e pelo desenho mais popular da Mtv americana em 1992. Agora imagine que muito por causa disso, os caras perderam tudo que tinham. Sim, dinheiro, contratos e até as suas casas, ou seja, faliram, chegaram ao fundo do poço e encerraram as atividades em 1994. Ah, a banda e o desenho que os ridicularizaram eram o Metallica e Beavis And Butthead respectivamente.
Depois de voltarem aos poucos, em 2006 passaram a lançar ótimos álbuns, mas sem tanta repercussão, até chegarmos em 2023. O Winger acaba de lançar, provavelmente, um dos discos do ano, seu sétimo de estúdio, apropriadamente chamado de “Seven” e chegando a figurar nas paradas de vendas/streaming de música, aliás, a capa foi uma espécie de premonição, pois é uma arte de uma Fênix ressurgindo.
Na parte que interessa, a musical, é claro, temos a síntese de um trabalho beirando a perfeição. Desde o início com a pesadíssima “Proud Desperado” até a majestosa e sintomática “It All Comes Back Around“, temos 12 faixas de alto nível em termos de composição e execução. Falar do que da qualidade de um guitarrista como o Reb Beach ou o maestro e líder incontestável Kip Winger?
O Winger teve seu trabalho “facilitado” pela maldita pandemia que os levou a ter mais tempo para aprontar um material diferenciado e cheio de nuances antes nunca percebido. A produção musical ficou em cargo de Kip Winger e outra curiosidade é que “Seven” marca a volta do guitarrista/tecladista Paul Taylor que fez parte da formação original do grupo. A impressão é que Paul era o elo que estava faltando para o Winger lançar algo tão marcante.
Os destaques ficam com “Heaven’s Falling“, “Voodoo Fire” (que groove!), “It’s Okay” com Reb e Kip dividindo os vocais, a já citada “It All Comes Back Around“, mas “Broken Glass” trouxe uma sensação diferente. Uma balada cheia maravilhosa com Kip entregando uma performance vocal cheia de emoção e fica o sentimento que se a mesma fosse lançada como single em 1988 chegaria ao topo das paradas de rádio mundialmente.

É cedo para dizer que “Seven” é o disco do ano, mas certamente entrará na lista de muita gente. Se você conhece o Winger somente pela baladinha “Miles Away” da propaganda dos cigarros Hollywood vai se surpreender, porque os caras envelheceram muito bem e cometeram o melhor álbum de sua carreira. Podem acreditar sem medo.

NOTA: 10

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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