50 anos de “Vol. 4” do Black Sabbath e um dos períodos mais surtados da banda

Em 1972, o Black Sabbath já era consagrado e em pouco tempo já havia cravado seu nome no alto olimpo do heavy metal, talvez ainda sem saber disso naquela época. Produzindo sem parar, o quarto disco não tardou a nascer e assim surge “Vol. 4″.

Um dos discos mais controversos da carreira da banda, e também, um dos períodos mais surtados pelo qual o grupo já passou.

Em termos musicais, o álbum apresenta algumas experimentações em relação aos anteriores, buscando influências em outros ares que não só o riffs densos de Tony Iommi, que por sinal, assumiu a produção do registro, sendo este o primeiro momento que a banda assumia praticamente todas as funções em uma gravação sua.

Se anteriormente, o vício em bebida era um problema corriqueiro dos membros, aqui foi a cocaína que deu o tom da situação. Parte do orçamento do disco, digamos que ele quase todo, foi usado para a compra de pilhas da droga, onde caixas adentravam os estúdios, que viram uma pequenina parte do dinheiro ser direcionado para si. A cocaína era tão a força motora do álbum que, inicialmente a banda pretendia o chamar de “Snowblind“, em uma clara referência, porém a Vertigo Records vetou a ideia de imediato.

Bill Ward era um dos membros em maior problema naquele momento, além dos vícios o circulando a todo momento, ele já lidava com a espiral de ansiedade e depressão que o acometia, com ele chegando a pensar em abandonar a banda, tentando antecipar uma demissão que ele insistia em dizer que aconteceria em breve. O músico gravou a faixa “Cornucopia”, a qual ele disse odiar fazer por seus (não) padrões e parece não conseguir executar o que pensava, então após o registro, ele simplesmente se sentou no meio da sala e se sentiu péssimo, enquanto se entorpecia:  “Eu odiei a música, havia alguns padrões que eram horríveis Eu acertei no final, mas a reação que tive foi o gelo de todos. Foi como ‘Bem, apenas vá para casa, você não está sendo útil agora.’ Senti como se tivesse estragado tudo, estava prestes a ser demitido.”

Mesmo com esses problemas, onde tudo parecia que não daria em nada, o Sabbath entregou o que devia, e mesmo com a crítica azarando o registro, o álbum a conseguiu atingir o certificado de ouro em menos de um mês de seu lançamento, chegou a posição 13 da Billboard 200 e pela quarta vez consecutiva, vendeu mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos.