Slipknot – “The End, So Far” (2022)
Já se vão uns bons 13 anos, ou mais, que acompanho o Slipknot e sempre que um novo disco dos caras surge, ainda é algo que necessito de certa “apreciação” para entender o que realmente acontece ali.
Com seu mais novo registro, “The End, So Far”, não foi diferente. A começar pelo seu título, que quando anunciado, deu nó na cabeça de muitos fãs, especulando se esse seria o canto do cisne da banda. A resposta veio de imediato em um sonoro não!
Já no seu conteúdo, mais uma vez, os singles não entregaram o que de fato é o álbum, e a estranheza, algo que já virou sinônimo do Slipknot, é obviamente parte do seu todo. Mas aquela estranheza misturada com uma euforia e curiosidade do que se tem lá.
E é assim que “Adderall” abre o registro sem outro adjetivo melhor do que “estranho”. Ao invés de uma abertura barulhenta e caótica como é de costume da banda, há uma levada bastante branda, vocais climáticos, ares do gótico com teclados dando o tom e um Corey Taylor cantando em harmonias leves e melódicas. Na sequência, as coisas entram mais no eixo com a já conhecida “This Dying Song”, primeiro single lançado do disco. Com Corey puxando o coro na introdução, a banda entra na sequência com velocidade, fúria e a agressividade de sempre. A faixa funciona muito bem e se torna hit na primeira audição com seu refrão potente, e aqui já vemos como Jay Weinberg foi um acerto enorme. O baterista tem um domínio e energia incríveis em suas linhas e brilha! “The Chapeltown Rag” da sequência na linha pesada. Também já conhecida do público a faixa foi lançada em novembro do ano passado quando o disco ainda estava em pré produção e faz recorda a banda de “Iowa”. De versos frenéticos e refrão “limpo”, é imaginável as rodas que abrirá nos shows. “Yen” é outro single é uma mistura de momentos mais leves e sombrios com refrão gritado e funcionando em crescendo, além de uma ponte marcante. “Hivemind” é uma mistura de riffs de afinação baixa e blast beats na sua introdução, e fúria nos versos, fazendo cantar junto a cada palavra, e no refrão há uma mudança de andamento que mostra como a banda soa amadurecida e mais que nunca, dona de seu som. “Warranty” é uma das mais pesadas do álbum, com uma força incrível e mais uma vez, há uma ponte marcante com coros dando uma “reforço” a voz de Taylor e a banda afiadíssima em uma grande momento.
Na segunda metade do disco, que perde um pouco de sua força, há bons momentos como a enérgica “Heirloom”, com bom groove e bom refrão, e a caótica “H377” que mais uma vez nos remete aí Slipknot dos primórdios. Posteriormente, há pra mim um dos melhores (quase) encerramentos de um disco. “De Sade” é tudo que o Slipknot trabalhou nesse tempo, sua parte mais sombria e pesada, com o lado melódico e mais denso, andando lado a lado e linhas vocais de Corey andando em perfeita harmonia com as guitarras do gigante Mick Thomson e Jim Root. A música marca a audição desde a primeira vez, e nas seguintes, só melhora. Espero de verdade que faça parte dos shows. “Finale” é quem fecha o trabalho, e se aproxima do começo, em algo mais linear, com um pouco mais de peso e mais uma vez se aproximando do gótico.
O Slipknot hoje brinca com a sua carreira e todos os elementos que o trouxeram a ser uma das maiores bandas surgidas nos últimos vinte anos. Hoje, sete discos, diversos prêmios, números impressionantes, donos do seu próprio festival, headliner do Wacken Open Air de 2022 e isso tudo com um relativo curto tempo de estrada. A banda continua mostrando nessa “brincadeira” consigo mesmo que é uma máquina turbinada e girando em rotações altas. O fim? O fim está muito longe e a prova está aqui a nossos ouvidos, então, “deixe eles cantarem até a morte”!
NOTA: 8
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