Resenha: Grand Magus – “Triumph and Power”
A cena do heavy metal clássico vive um momento de renovação, alimentada tanto por novos talentos quanto por veteranos que continuam a refinar suas fórmulas. 2013 foi um ano notável para esse renascimento, com discos como Youngblood, de Audrey Horne, e Life Sentence, de Satan, mostrando que a chama do metal tradicional continua forte e vibrante. Esses lançamentos não apenas honraram a tradição, mas também elevaram as expectativas para o gênero, deixando até mesmo gigantes como Grand Magus com uma competição acirrada. Com sua longa trajetória, o power trio sueco tem se afirmado como um dos maiores nomes do metal tradicional, e seu mais recente trabalho, Triumph and Power (2014), e que teve relançamento pela parceria Nuclear Blast e Shinigami Records, não faz exceção.
Se compararmos com seus álbuns anteriores, Triumph and Power segue uma linha de evolução natural, embora suas mudanças sejam sutis. O disco traz um som um pouco mais pesado, remetendo ao poder de Hammer of the North (2010), mas sem perder o magnetismo das melodias e os vocais marcantes. Janne “JB” Christoffersson, vocalista e guitarrista da banda, entrega uma performance repleta de energia e emoção, algo que é evidente em cada faixa. A seção rítmica, formada pelo baixista Fox Skinner e o baterista Ludwig “Ludde” Witt, também brilha, proporcionando uma base sólida e poderosa que sustenta os riffs agressivos e as harmonias de vozes que são a assinatura do grupo.
A música de Grand Magus é sempre carregada de espírito, e Triumph and Power não é diferente. O álbum abre com “On Hooves of Gold”, que imediatamente estabelece o tom com uma introdução épica, seguida por riffs intensos e um refrão contagiante. Outro destaque é “Steel Versus Steel”, onde a simplicidade da composição se combina com um gancho irresistível, que prova a habilidade da banda em criar momentos de pura força sonora. “Dominator” é uma verdadeira homenagem ao legado de Judas Priest, com suas harmonias bem trabalhadas, enquanto “Holmgång” e “The Naked and the Dead” são faixas que capturam o som mais direto e visceral da banda.
No entanto, Triumph and Power também traz momentos de reflexão mais atmosférica. As faixas “Arv” e “Ymer”, por exemplo, são instrumentais inspirados na mitologia viking, que, apesar de seu mérito artístico, acabam diminuindo o ritmo do álbum. Esses momentos mais suaves contrastam com a energia implacável das faixas mais pesadas, criando uma dinâmica interessante, mas que poderia ser mais equilibrada.
O que realmente distingue Grand Magus é a sua capacidade de produzir hinos de inspiração e superação. Em um gênero onde os temas de escuridão e opressão dominam, o trio sueco escolhe contar histórias de força e triunfo, com letras carregadas de uma convicção que soa verdadeira e encorajante. O próprio título do álbum, Triumph and Power, é uma representação clara dessa filosofia: um grito de guerra que encapsula a determinação inabalável da banda em continuar sua jornada ao topo do metal.
Com este lançamento, Grand Magus reforça sua posição como uma das forças mais consistentes e relevantes do heavy metal clássico, e Triumph and Power é mais uma prova do seu domínio da fórmula que mistura poder, melodia e autenticidade. A banda continua a caminhar por um caminho glorioso, oferecendo aos fãs uma experiência sonora que é tanto grandiosa quanto inspiradora, mantendo-se firme em sua busca por excelência.