Randy Blythe fala sobre a carreira de sucesso do Lamb of God

O Lamb of God se tornou uma das principais bandas do metal novo dos anos 2000, e o vocalista Randy Blythe falou sobre a trajetória do grupo até assinar com uma gravadora major. Ela diz em entrevista ao Turned Out A Punk:

Quando nos aproximamos para assinar com uma grande gravadora, acho que provavelmente eu era o único na banda que estava realmente nervoso com isso, porque venho da cena punk rock e ‘grande gravadora’ é uma expressão negativa. Mas estou em uma banda de metal. Você também tem que perceber que não somos estritamente uma banda de punk rock; somos uma banda de metal. Porém, ao olhar para isso, a maneira como imaginei que aconteceria foi que eu via isso como uma situação de ‘Grande Fraude do Rock ‘N’ Roll’, dos SEX PISTOLS. Eu ficava tipo: ‘Isso não deveria estar acontecendo. Nossa banda é muito agressiva. Não vamos fornecer nenhum tipo de sucesso de rádio ou algo assim. Por que uma grande gravadora está batendo à nossa porta? Eu sei o que vai acontecer. O que vai acontecer é que eles vão nos dar esse dinheiro, vamos escrever esse disco, vamos entregá-lo a eles e eles vão nos abandonar antes do lançamento ou logo após o lançamento.’ E eu sabia o suficiente sobre a maneira como a indústria musical funcionava para pensar: ‘Eles vão nos abandonar. Eles vão quebrar o contrato. Então, vamos ficar com o dinheiro.’ Então, era tipo: ‘Vamos pegar o dinheiro e fugir. Foda-se. Isso nunca vai dar certo. Eles nunca vão nos manter por perto.’

Fizemos um show no Knitting Factory em Nova York, logo antes de assinarmos. A presidente da Epic Records [na época] era uma mulher adorável chamada Polly Anthony. E ela veio para esse show. Estava um calor insuportável. Não sei se você já foi ao Knitting Factory. É um clube pequeno. Faz um calor brutal lá dentro. Terminamos, e ela disse: ‘Isso foi tão bom’, uma mulher de meia-idade, muito organizada e bonita. Ela disse: ‘Vamos sair para beber e comer alguma coisa para celebrar vocês.’ E nós dissemos: ‘Ótimo. Comida de graça’, ou algo assim. Então fomos para esse bar chique de Nova York, bem chique, e estávamos sentados nessa mesa, e eles estavam trazendo doses para a gente. Ela disse: ‘Eu só queria propor um brinde.’ Eu fiquei tipo: ‘Espere só um segundo. Ok, eu tenho algo a dizer bem rápido. Antes de assinarmos isso…’ E foi como se a agulha tivesse sido retirada do disco, e minha banda inteira apenas olhou para mim. Eu me lembro disso claramente. Fiquei tipo: ‘Número um, nós nunca vamos escrever uma música para rádio. Número dois, você não pode nos dizer o que escrever. Número três, você não pode nos dizer quem vai produzir isso. Número quatro, você não pode tentar mudar nossa direção artística. Nós já estamos bem, então não precisamos realmente de você.’ E essa mulher olhou para mim, e minha banda olhou para mim, tipo: ‘Puta merda, cara. Ele acabou de destruir tudo para nós.’ Ela olhou para mim e disse: ‘Oh, meu Deus. Eu te dei essa impressão?’ Eu fiquei tipo: ‘Não, só para deixar claro.’ E então funcionou. E nós acabamos cumprindo um contrato de sete álbuns com eles. É uma loucura. Lançamos sete discos em uma grande gravadora, soando como nós, sem entregar um único hit. Ainda não tenho certeza de como funcionou. Mas eles nunca nos disseram o que fazer, nunca nos disseram quem nos produziria, nunca tentaram nos dirigir de qualquer maneira, porque o que temos não precisa ser consertado. Funciona por si só. Acho que eles são inteligentes o suficiente para perceber isso.

Rndy Blythe está atualmente promovendo seu novo livro, “Just Beyond The Light: Making Peace With The Wars Inside Our Head” , que será lançado em 18 de fevereiro de 2025 pela Grand Central Publishing

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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