Resenha: Macabre – “Dahmer” (2025)
Os veteranos do metal extremo MACABRE, diretamente de Chicago, estão de volta com um lançamento que é tão provocativo quanto ousado: um álbum conceitual inteiramente dedicado ao infame serial killer Jeffrey Dahmer, de Milwaukee. Em “Dahmer”, a banda mergulha de cabeça no universo sombrio e perturbador desse assassino em série, entregando uma obra que só mesmo o MACABRE ousaria criar.
Distribuído pela Shinigami Records, com um som violento, acelerado e absolutamente insano, o grupo não alivia em momento algum. Desde a primeira faixa, o ouvinte é arrastado por um turbilhão de riffs cortantes, linhas de baixo alucinadas e uma bateria explosiva que não dá trégua. O que se ouve aqui é algo que poderia ser chamado de murder metal — uma mistura frenética de death metal, grindcore e punk, com uma pitada de humor mórbido.
A produção ficou por conta do lendário Neil Kernon, conhecido por trabalhos com JUDAS PRIEST, QUEENSRŸCHE e NEVERMORE, que conseguiu capturar toda a insanidade do projeto em uma jornada musical composta por nada menos que 26 faixas. O disco narra, de maneira macabra e muitas vezes sarcástica, a trajetória de Dahmer, usando músicas como “In the Army Now”, “Jeffrey Dahmer and the Chocolate Factory” e outras pequenas vinhetas recheadas de referências tanto à vida quanto aos crimes do assassino.
Uma das características mais marcantes do MACABRE é sua habilidade de transitar entre gêneros. No meio do caos sonoro, surgem elementos de jazz, punk e até de comédia musical, criando uma experiência sonora única — onde nenhuma música soa como a outra. É exatamente isso que os torna tão distintos na cena: uma mistura desconcertante de brutalidade e teatralidade, com um senso de humor sombrio que beira o absurdo.
Desde sua formação, há mais de quinze anos, a banda mantém a mesma formação — um feito raro, especialmente quando se trata de um trio com uma proposta tão excêntrica. Isso reflete não só coesão, mas também um comprometimento inabalável com sua identidade artística.
Ainda que o tema cause desconforto — e com razão —, é impossível negar o impacto deste álbum. Para alguns, um disco inteiro sobre Dahmer pode parecer um exagero; para outros, trata-se de uma obra-prima do metal extremo, empurrando os limites do gênero como poucos se atrevem a fazer. Goste-se ou não da proposta, “Dahmer” é visceral, imprevisível e, sem dúvida, inesquecível.
NOTA: 7