Resenha: In Flames – “Whoracle” (relançamento Shinigami Records)

Quando o In Flames lançou seu teceiro disco, “Whoracle”, a banda passava por uma verdadeira reformulação interna. Bjorn Gelotte passando da bateria para a guitarra, substituindo Glenn Ljungstrom, Peter Iwers substituindo Johan Larsson no baixo e Daniel Svensson assumindo o papel de baterista. O “green album”, como ficou conhecido, mostrou diferenças dos dois anteriores, e alguns de seus seguidores especulavam que a banda estava tentando “se vender” ao mainstream, e mal sabia eles o que viria pela frente com outros lançamentos.

Quase 30 anos após seu lançamento original, a parceria Shinigami Records/Nuclear Blast, o registro ganha um relançamento e os fãs podem novamente revisitar esta obra, e aqueles que ainda não conhecem muito do histórico de uma das maiores bandas do cenário death melódico, pode agora ter a oportunidade de ter um dos seus principais álbuns na mão.

Abrindo com a jocosa “Jotun”, um dos principais riffs que a banda já criou, o In Flames caminha em mais melodias, vai para caminhso diferenciados, mas ainda não caímos em um refrão mais moderno como veríamos no futuro. O mesmo vale para a pesada “Food For the Gods“, uma das mais fortes do disco, com um death visceral, muito bem arranjado e contruído a esmo para ser marcante e poderosa, carregada de cadência, groove e peso. “Gyroscope” começa com um violão sereno, que viraria marca da banda, e cria uma música atmosférica, forte e carregada de presença, sendo uma das melhores do disco, bebendo da fonte de alguns grandes nomes do doom metal, como o Paradise Lost.Dialogue For the Stars“, é um instrumental, um belo interlúdio, não daqueles que só passam o tempo, mas criam um gancho para o que vem pela frente. Ainda encontramos pelo caminho a clássica “Jester Script transfigured“, que começa com uma bela melodia, e aos poucos vão se ganhando traços mais encorpados, com um tom dramático e se tornando um dos maiores hinos que o In Flames já lançou em sua carreira. “World Within the Margin” tem um dos vocais mais consistentes que Anders Fridén já gravou em sua carreira. Claro que não podemos deixar de falar sobre a releitura de “Everything Counts“, do Depeche Mode que ganhou um formato único e totalmente a cara do In Flames, dando uma nova vida a faixa clássica.

O In Flames acerta muito em “Whoracle”, um de seus trabalhos mais bem amarrados e construídos ao longo de sua carreira, fazendo um disco cheio de camadas e peso, trabalhado em riffs densos e sem perder melodias.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *