A “má fama” que Kiko Loureiro assume que tinha

Kiko Loureiro conversou com Plugado Cortes, onde ele falou sobre uma “má fama” que ele tinha anos atrás, e explicou o porque disso. Ele diz conforme transcrito pelo Confere Rock:

“Minha fama não era boa, né? Não é sempre. É muito sério fazer o negócio. Pô, vamos fazer, né? Tem que ser muito profissional.

Eu acho que é mais sério assim, né? … mas é preguiça mesmo, né?

A galera… não é que fica muito no mundo das ideias também, né? Fica nas ideias, pouca execução. Aí você fala “vamos fazer”, aí você às vezes tem que ser o cara que puxa. E pode ficar chato. Vira chato também, entendeu? Vira chato, né? “General”. Vira um chato, assim. Já levei esse apelido de ser general e tal.

Mas aí você também vai… menos uma patente alta, né? Você vai achando… depois você vai achando como fazer, né? E que briga comprar e tal. Encontrar equilíbrio, né?”

Ele continua:

“Mas o Angra… o pessoal tinha um lance profissional, assim. Todo mundo já veio com mais do que o normal. Mas se você olha por aí, você vê que é, né? Que é uma coisa meio de domingo à tarde, vou tocar. E não é a segunda-feira de manhã, entendeu?

O cara não vê como profissão mesmo. O cara quer estar no lugar, mas ele não fala: “Cara, o que você faz, tá? Segunda-feira de manhã, você faz o quê para a tua carreira?”. Tipo, é sábado à noite que você vai no showzinho, né?

Então é isso: você vai no sábado à noite tocar, e na segunda-feira de manhã você tá lá, né? Fazendo alguma coisa pela banda, pela carreira e tal. Né? É isso.

Então essa mentalidade você não vê, não. E não via. Não sei hoje. Aqui tá mudando essa questão do profissionalismo. Porque, assim, eu sou de uma época… Eu sou de uma época que toda vez que alguém falava assim: “Mano, banda tem que ser igual uma empresa”, a primeira coisa que todo mundo pensava é: “Ah, então tem que dividir os ensaios de forma igual para todo mundo, tem que pagar não sei o quê, tem que pagar não sei o quê…

Então, dentro de uma banda, as coisas se constroem um pouco também, né? Essas personalidades acabam… A coisa se forma, né? Se sobressai. A pessoa que quer mais para o negócio, a pessoa que quer mais para o criativo, a pessoa mais… sabe?

Eu acho que, se tiver um bom relacionamento: “Ah, pô, deixa pra ele, que ele consegue fechar o show melhor, sei lá.” Tem uma banda que tá começando assim, vai achando do marketing ali, vai achando as habilidades. Tem um cara que é melhor do social media, pô, deixa o cara fazer.

Só que aí também tem que ter as contrapartidas, né? Imagino que hoje, tipo, uma banda com social media, marcar show, compor, rede de contato, seja o que for… patrocínio… É difícil, né? Muitas funções. Muitas funções!

Então… mas sobressai, né? Geralmente. Aí tem os e-mails. Quem responde o e-mail? Sei lá… Aí o cara responde o primeiro e-mail, tá todo mundo copiado. Aí só um responde. Aí, ó… sei lá, a gravadora manda de novo, todo mundo copiado. Aí o mesmo cara responde o terceiro e-mail. O cara já chamou o cara no WhatsApp e já foi. Já foi!

Então meio que a coisa vai. E a pessoa geralmente que tá respondendo mesmo, tá curtindo fazer aquele negócio, né? Eu era um desses caras. Tava meio que curtindo, gostava. Eu dou um exemplo prático, né? Gostava mesmo de fazer, de tomar…

O Felipe, no Angra, ele é bem esse cara. Ficar por dentro também, né? Você ficar por dentro também, né? É, também. Você tá sabendo o que tá acontecendo, entendeu?

Mas, obviamente, você pode se sentir uma hora mais sufocado, né? Não tem aquela frase? Como é que é…? “Do folgado sempre tem um sufocado”, ou vice-versa. Tipo… é. Tem essa também.

O episódio pode ser visto abaixo.

Foto: André Tedim