Resenha: Heathen – “Bleed the World Live” (2025)
Heathen nunca teve o merecido destaque que nomes maiores do thrash metal conquistaram com facilidade. Ainda assim, para os conhecedores mais atentos da cena, a banda californiana é tida como peça fundamental do gênero, reverenciada por sua técnica apurada, senso melódico e composições afiadas. Com isso, o lançamento de “Bleed the World: Live” carrega consigo um peso simbólico: é mais que um simples disco ao vivo — é uma reafirmação do legado de um grupo que sempre entregou excelência, mesmo longe dos holofotes.
Gravado com uma qualidade que foge ao padrão dos registros ao vivo mais genéricos, “Bleed the World: Live” surge como um documento poderoso da atual fase da banda. Os riffs cortantes de Kragen Lum, os vocais inconfundíveis de David White e a precisão da cozinha rítmica se unem em versões arrebatadoras de faixas que marcaram a carreira do grupo e de outras mais recentes, provando que o Heathen não vive apenas do passado.
Clássicos como “Goblin’s Blade” e “Hypnotized” são executados com uma fúria renovada, mostrando que a energia da banda segue em alta. Mas é no material mais recente que o álbum realmente se destaca. Faixas como “Sun in My Hand”, “Empire of the Blind” e “The Blight” ganham camadas ainda mais intensas ao vivo, com execuções afiadas e produção cristalina que não sacrifica a crueza do metal.
Não se trata de uma celebração saudosista ou de uma tentativa desesperada de reviver glórias antigas. O que temos aqui é uma banda madura, ciente de seu valor e com total domínio de sua arte. A performance é coesa, agressiva e apaixonada — tudo o que se espera de um registro de thrash metal ao vivo com pedigree. E como se não bastasse o conteúdo musical, o disco ainda é lançado por meio de uma parceria entre as gravadoras Nuclear Blast e Shinigami Records, reforçando o comprometimento com a qualidade e a distribuição.
“Bleed the World: Live” é mais que um presente para os fãs — é uma prova incontestável de que o Heathen ainda tem muito a dizer e, principalmente, muito a mostrar nos palcos. Um registro obrigatório não apenas para seguidores da banda, mas para qualquer amante de thrash metal bem executado, com garra, peso e alma.
NOTA: 7