Chris Caffery diz que música do Savatage é “tão atemporal como Sabbath, Maiden e Priest”

O guitarrista Chris Caffery e o baterista Jeff Plate, ambos do Savatage, conversaram com a Metal Hammer Greece, onde eles foram questionados porque acham que a música da banda é tão atemporal, mesmo com o período de hiato que eles tiveram. Jeff respondeu via Blabbermouth:

Bem, grande parte disso se deve às letras de Paul O’Neill [falecido produtor e letrista do Savatage]. Quer dizer, essas letras tocaram milhares de pessoas ao redor do mundo. Nós as ouvimos o tempo todo. A música ‘Believe’ é uma música que, vez após vez, noite após noite, as pessoas se aproximam de nós e dizem: ‘Essa música literalmente salvou minha vida’, ou ‘Eu chorei ouvindo essa música’. Mas Paul tinha um jeito de compor que se conectava com tantas pessoas de uma forma individual. Você combina isso com uma das bandas com o som mais único de todos os tempos.

Quer dizer, você tem um guitarrista que está lá, na minha opinião e na opinião de muitas pessoas, lá com alguém como Dimebag e Eddie Van Halen, com Criss Oliva. E eu acho que a música que os irmãos Oliva escreveram  é tão atemporal quanto as coisas do Sabbath, Maiden e Priest. Então, ele atinge como um pacote completo, especialmente no mundo do heavy metal. Você tem um disco como Mountain King, que está, eu acho, na lista de muitas pessoas, se não no top 10, pelo menos no top 20 de discos de metal clássico de todos os tempos. E você tem um riff como ‘Hall Of The Mountain King’. Então, Jeff disse, o elemento realmente humano para humano das letras de Paul , meio que da mesma forma que Freddie Mercury cantava para 70.000 pessoas e parecia que era uma só. Esse elemento de contato direto existe nessas letras e nessa música, e conseguiu sobreviver ao teste do tempo. E isso é algo que, para nós, estamos vendo: não são apenas os fãs que gostavam de nós naquela época, são novos fãs. Estamos conquistando um público totalmente novo. Então é realmente emocionante saber que não estamos apenas trazendo a música de volta para as pessoas que queriam vê-la. Estamos trazendo essa música para um público totalmente novo.”

Jeff acrescenta:

E musicalmente, a banda não se parece com ninguém. Mesmo na época do metal com quatro integrantes, com os quatro originais, por assim dizer, ninguém se parecia com aquela formação. E então, com o passar dos anos, Chris entrou na banda durante o ‘Gutter Ballet’ e a banda continuou progredindo em termos de som. Nunca se pareceu com ninguém. E eu não acho que exista uma banda por aí que realmente se pareça com o Savatage. Então, essa originalidade, aliada às letras, meio que manteve a banda percorrendo todos os diferentes gêneros nas diferentes fases que aconteceram na música ao longo dos anos. Quer dizer, quando o grunge surgiu no início dos anos 90, ele praticamente exterminou muitas bandas, tirou muita gente do mercado. O Savatage meio que manteve seu curso. E uma coisa que Paul O’Neill me ensinou só de observá-lo foi: tipo, você se apega ao que faz. Você acredita no que está criando e se apega a isso. E aqui estamos nós, todos esses anos depois, e somos esse legado que não tocou em 23 anos. Então, há uma novidade no que estamos fazendo novamente. Mas adicione a isso o quão única a banda é e como ela soa — as letras, as histórias em torno dela — é um pacote completo. E voltando ao que Chris disse antes sobre a maturidade, não somos mais crianças. Abordamos isso de uma forma um pouco diferente do que fazíamos há 25, 30 anos, quando era muito divertido simplesmente sair por aí, tocar e arrasar. Agora estamos no palco fazendo isso, mas estamos realmente prestando atenção a cada coisa que estamos fazendo lá em cima. E a resposta tem sido tremenda — realmente tem sido. E estamos muito felizes com a resposta, mas também por trabalharmos juntos no palco e como tudo isso soa e é sentido. É incrível — realmente é.”

O Savatage retomou suas atividades este ano com o primeiro show acontecendo no Monsters of Rock do Brasil.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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