Resenha: Doro – “Raise Your Fist” (relançamento)

Doro Pesch construiu sua carreira com uma devoção rara: fiel ao metal tradicional, mas sempre encontrando espaço para novos hinos capazes de reacender a chama de sua base de fãs. Em “Raise Your Fist”, seu 12º álbum solo desde 1989, a “Rainha do Metal” mostra que ainda tem munição de sobra, entregando um trabalho direto, sem interlúdios ou excessos, mas cheio de energia e carisma.

Não surpreende a presença de Lemmy Kilmister em “It Still Hurts”, afinal, a ligação de Doro com nomes como Motörhead e AC/DC já é de longa data. Essa parceria é um dos momentos mais especiais do disco, equilibrando emoção e peso de forma certeira. Mas se há uma marca registrada aqui, ela aparece logo na faixa de abertura: “Raise Your Fist In The Air”. Com refrão poderoso e clima de mobilização, a canção funciona como clássico instantâneo de arena, no espírito dos grandes hinos metálicos dos anos 80.

O álbum, relançado pela parceria Nuclear Blast e Shinigami Records, não tentou reinventar a roda — e nem precisa. Com títulos como “Rock Till Death” e “Sealed In Blood (Human Rights)”, Doro aposta em letras simples, acessíveis e de apelo universal. A força do disco está nos ganchos certeiros e no equilíbrio entre agressividade e melodia, algo que ela domina desde os tempos de Warlock.

Entre os destaques, está “Hero”, balada emocionante dedicada a Ronnie James Dio, construída sobre arranjos de cordas que lembram o AOR de nomes como Pat Benatar. Já “Coldhearted Lover” acena diretamente para o hard/glam dos anos 80, remetendo a bandas como Heart, Vixen e Femme Fatale.

Com 13 faixas (15 na versão digipak), “Raise Your Fist” é um álbum sólido, consistente e pensado para agradar tanto aos fãs de longa data quanto aos ouvintes ocasionais. Não há experimentalismos desnecessários, apenas composições escritas para se somar à já vasta galeria de clássicos de Doro.

No fim, o recado é simples: quem procura autenticidade, carisma e a voz inconfundível de Doro em plena forma, vai encontrar aqui um dos trabalhos mais marcantes de sua discografia recente.

NOTA: 7