Kerry King reflete sobre o “Back to the Beginning”: “muito feliz por ter feito parte disso”

Durante o festival Brutal Assault deste ano, o guitarrista Kerry King falou ao Metalshop TV sobre a participação do Slayer no evento beneficente “Back To The Beginning”, que marcou a apresentação final de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath. Em turnê europeia com sua banda solo, King descreveu como viveu aquele dia histórico do começo ao fim.

Sim, fiz questão de estar lá o dia todo no show ‘Back To The Beginning’. Meus amigos do Mastodon tocariam primeiro, então eu queria vê-los. Eu sabia que o Halestorm tocaria cedo; eu queria vê-los também. Vi o Alice In Chains passar o som no dia anterior. Assisti ao Ozzy e ao Black Sabbath tocar… Eles montaram algo nos bastidores como uma enorme tela de LED com seu próprio P.A., então eu simplesmente estacionei bem na frente e basicamente tive um lugar na primeira fila para o show inteiro desses dois. Eu estava no palco com o Metallica.

King resumiu o sentimento daquele encontro e ligou a experiência à morte do vocalista, ocorrida poucos dias depois:

Foi um bom dia. Quando você faz um festival, como estamos fazendo hoje [no Brutal Assault], muitas vezes eu nem sei com quem vamos tocar, mas eu soube sobre o ‘Back To The Beginning’ por meses, então planejei o dia inteiro para ver meus amigos tocarem. E foi legal. E com o Ozzy falecendo muito pouco tempo depois, estou muito feliz por ter podido fazer parte disso.

Questionado se lembra da primeira vez em que conheceu Ozzy, o guitarrista situou o encontro nos primórdios do Ozzfest:

Deve ter sido no fim dos anos 1990. Porque quando eles estavam testando o Ozzfest, nós fizemos todos os originais, quando eram tipo um show ou dois shows, talvez no sul da Califórnia e em Phoenix, só para ver se era uma ideia viável. Então suponho que foi por essa época, mas não tenho essa memória.

Ao citar uma lembrança “verdadeiramente especial” com Ozzy, King contou uma cena com Tony Iommi em turnê:

Por tantos Ozzfests que fizemos, parecia que a gente sempre estava naqueles da época em que ‘The Osbournes’ era um programa de TV popular. E quando estávamos na turnê, eu nunca vi nenhum deles. Era como se fossem fantasmas. Lembro que, em um dos hotéis — porque às vezes todas as bandas ficavam no mesmo hotel e o Sabbath estava no nosso —, eu abri a porta e o Tony [Iommi, guitarrista do Sabbath] vinha caminhando pelo corredor com, tenho certeza, seu segurança, seja lá quem for, e eu era tão fã que apenas abaixei a cabeça e disse: ‘Ei, Tony’, tentando ser legal, sem ser um chato. Mas anos depois passamos a estar mais vezes no mesmo ambiente, e não sei se viramos amigos, mas nos tornamos mais do que conhecidos. E ele é um dos meus super-heróis, então foi difícil para mim superar esse obstáculo.”

O Slayer fez um set com suas próprias músicas, além de fazer uma versão particular de “Wicked World” do Black Sabbath.

Foto: André Tedim

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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