Bruce Dickinson explica por que sua carreira solo é propositalmente mais pesada que o Iron Maiden

Bruce Dickinson concedeu uma entrevista ao radialista Shaggy, da estação 94.9/104.5 The Pick, em Idaho Falls. Na conversa, o vocalista do Iron Maiden foi questionado se o caráter mais pesado de sua música solo, em comparação com o da banda, era intencional — e a resposta foi clara:

“Sim, porque o Maiden, estilisticamente, obviamente, apresenta muita influência do Steve [Harris, baixista e fundador do Maiden] em tudo. E embora às vezes seja pesado, em outras é mais progressivo e coisas assim. Então, no meu caso, às vezes sigo pela vertente progressiva, mas adoro esse tipo de som esmagador, meio desafinado… Quero dizer, atualmente há muita ‘pesadeza’ no ar, da qual o Maiden não tira total proveito, pois não tenho certeza de que se encaixe na paisagem sonora que Steve prefere. Mas eu não tenho essa restrição. É como ter um pintor com uma paleta ilimitada.”

Ele prosseguiu, ponderando o risco que isso traz, mas reafirmou seu compromisso artístico:

“Você corre o risco, é claro, de se espalhar demais, mas esse é um risco que vale a pena correr porque se espera que você seja um artista. Vamos lá.”

Em seguida, Dickinson iniciou sua primeira turnê solo expressiva pela América do Norte em quase três décadas, em apoio ao álbum The Mandrake Project. O show de estreia ocorreu em 22 de agosto na House of Blues, em Anaheim, Califórnia. No palco, ele contou novamente com a banda de apoio de 2024 — Dave Moreno (bateria), Mistheria (teclados) e Tanya O’Callaghan (baixo) — além das novidades: o guitarrista, compositor e produtor sueco Philip Näslund e o guitarrista suíço Chris Declercq, que participou do single “Rain On The Graves”

O repertório de 16 faixas incluiu a estreia ao vivo de “Shadow of the Gods” (The Mandrake Project) e uma apresentação histórica: pela primeira vez, Bruce Dickinson cantou ao vivo a música do Iron Maiden “Flash of the Blade”, do álbum Powerslave (1984). Antes de executá-la, ele provocou a plateia com estas palavras:

“Ninguém jamais tocou essa música — além da gravação, claro — mas ninguém jamais tocou essa música. E é uma canção que eu escrevi. Então não sei se algum de vocês tem ideia de qual música pode ser. Mas, como de costume, é um enigma. Eu não vou dizer. Vocês terão que descobrir. Provavelmente não vai demorar… Vocês morrerão como viveram: num lampejo da lâmina.”

Bruce Dickinson retorna ao Brasil no próximo mês como atração do festival The Town.