“Music From the Elder”: A estreia de Eric Carr, a despedida de Ace Frehley e um dos maiores fiascos do Kiss
Há 41 anos, o Kiss lançava “Music From the Elder“, o nono disco da carreira e um dos que pode ser considerado um de seus maiores fiascos.
A popularidade da banda não andava das melhores nesse período, haviam brigas internas da divisão Paul/Gene e Ace/Peter. Esse último acabou deixando o grupo em definitivo anos antes, e em seu lugar, veio Eric Carr, que faria a estreia no novo disco. A proposta aqui era uma volta as raízes inicialmente, mas a dupla líder achou que só isso não seria o suficiente para recuperar o prestígio, assim sendo, resolveram ir mais fundo e apostar em mais.
Ao invés do pretendido hard rock/rock n’ roll do início, o grupo apostou em algo mais na vibe do rock progressivo, e até mesmo o visual da banda havia mudado para algo bastante estranho, mesmo que para os seu padrões. Mas voltando um pouco no tempo, o Kiss andava “mal das pernas” com lançamentos mornos, principalmente nos Estados Unidos, o que fez com que eles fossem “espirrados” do país para tentar turnês em outros lugares. Já no final dos anos 70, muitas pessoas acusavam o quarteto de se preocupar mais em ganhar dinheiro com tantas “bugigangas” lançadas com o seu nome, do que de fato com sua música, que vinha sendo suavizada ao longo dos anos para atingir um público maior e assim vender mais coisas.
Internamente, Ace Frehley estava “embebedado” em boa parte do tempo, e pouco entregava em suas performances, tanto nos shows como em estúdio, o que fez com que ele fizesse sua última aparição em um disco da banda, ainda que posteriormente creditado em “Creatures of the Night“, mesmo sem tocar.
Com a proposta de um novo álbum e tudo arranjado, Gene escreveu uma história sobre o recrutamento e treinamento de um jovem herói, chamado “The Boy“, pelo Conselho de Anciões que pertencem à Ordem da Rosa, um misterioso grupo dedicado ao combate ao mal. O menino é guiado por um zelador idoso chamado Morpheus. As letras do álbum descrevem os sentimentos do menino durante sua jornada e treinamento, enquanto ele supera suas dúvidas iniciais para se tornar confiante e seguro de si.
O fato é que quando lançado, o disco causou uma sensação de remorso, tristeza e frustração aos que o ouviram. Howard Marks, presidente da Casablanca Records, gravadora responsável pelo lançamento do álbum, quando ouviu o registro pela primeira vez, pediu para que o nome da empresa não fosse estampado na arte. Os fãs ficaram sem saber o que achar ou pensar e não haviam entendido nada do que foi proposto e colocado em execução. A crítica amenizou ao julgar o trabalho, mas pouco o enalteceram também.
Com o passar do tempo “The Elder” ganhou um status cult, mas todos reconheceram que tudo pensado de uma forma errada por ali, e para a alegria, posteriormente a banda “corrigiu” suas pretensões e criando um de seus registros mais pesados.