Na história do rock: Nevermore: 29 anos de “The Politics of Ecstasy”

Há 29 anos, em 5 de novembro de 1996, o Nevermore lançava “The Politics of Ecstasy“, o álbum de número dois da carreira desta banda que fez a diferença no final dos anos 1990 e início dos 2000 e que é assunto a se tratado por nós nesta quarta-feira.

Lançado via “Century Media”, o aniversariante do dia traz a banda vindo de um primeiro disco bem recebido pela crítica, o auto-intitulado e um EP, “In Memory“, que continha sobras de gravação, além de covers do Bauhaus. E se no debut, a banda ainda apresentava um pouco da ex-banda de Warrel Dane e Jim Sheppard, o não menos maravilhoso Sanctuary, aqui, os caras já começavam a mostrar a identidade bem peculiar, que jamais seria copiada por nenhuma outra banda.

Gravado no “Village Productions“, na cidade de Tornillo, Texas, com produção de Neil Kermon, o disco é homônimo ao livro de Timothy Leary. um professor de Harvard, neurocientista e escritor. Ele era defensor dos benefícios do uso do LSD. O livro em questão foi lançado em 1968 e o autor já havia sido homenageado com uma música em seu nome no primeiro álbum da banda. Dane era seu admirador.

Na parte musical, o álbum é formado por dez canções, em cinquenta e seis minutos. É um dos álbuns mais complexos do Nevermore, do ponto de vista musical. Temos músicas técnicas e alguns dos clássicos eternos da banda estão no aniversariante do dia, como “Next in Line“, “Passenger“, “The Seven Tongues of God“, “The Learning“, além da faixa título. Jeff Loomis já se mostrava bem mais desenvolto e os riffs criados por ele para o álbum são sensacionais. Uma curiosidade: a faixa “42147” é o significado da data 21 de abril de 1947, quando a primeira publicação sobre a descoberta do LSD.

Durante a turnê deste álbum, fora recrutado o excelente guitarrista Pat O’ Brien, que não esquentou muito o lugar, indo depois para o Cannibal Corpse onde ficou até provocar o caos entre seus vizinhos e acabar preso no ano de 2018. O Nevermore acabou fazendo uma turnê conjunta com o Death, no que resultou em uma amizade entre os vocalistas de ambas as bandas. E a coincidência é que ambos morreram na mesma data (13 de dezembro). Uma outra perna desta turnê foi realizada em conjunto com o Iced Earth, a banda do lunático Jon Schaffer, aquele que é favorável as pautas antidemocráticas e que hoje provavelmente seria desafeto de Warrel Dane, que era um social- democrata.

Em 2006 o álbum foi relançado, incluindo o cover para “Love Bites“, do Judas Priest, originalmente gravado para um álbum tributo, em 1997. E este cover, ficou sensacional, como todos os outros que a banda fez durante sua carreira. O Nevermore era uma banda diferenciada e suas versões para outras canções são simplesmente surreais.

Enfim, era só o segundo álbum, mas a banda estava disposta a fazer o que é praticamente impossível nos dias atuais: ser autêntica. Enquanto os fãs aguardam pelo anúncio da nova formação, o que tem gerado muita ansiedade nos fãs, haja visto que a banda não para de anunciar novas apresentações para 2026, sem que o lineup esteja definido. E o Brasil estarão representado, com uma participação na edição do ano que vem do Bangers Open Air. Hoje é dia de celebrar esse belíssimo álbum.

The Politics of Ecstasy – Nevermore
Data de lançamento – 05/11/1996
Gravadora – Century Media

Faixas:
01 – The Seven Tounges of God
02 – This Sacrament
03 – Next in Line
04 – Passenger
05 – The Politics of Ecstasy
06 – Lost
07 – The Tiananmen
08 – Precognition
09 – 42147
10 – The Learning

Formação:
Warrel Dane – vocal
Jeff Loomis – guitarra
Pat O’Brien – guitarra
Jim Sheppard – baixo
Van Williams – bateria

Flávio Farias

Fã de Rock desde a infância, cresceu escutando Rock nacional nos anos 1980, depois passou pelo Grunge e Punk Rock na adolescência até descobrir o Heavy Metal já na idade adulta e mergulhar de cabeça na invenção de Tony Iommi. Escreve para sites de Rock desde o ano de 2018 e desde então coleciona uma série de experiências inenarráveis.

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