Adriana Toscano, viúva de Canisso relata mal súbito do músico e relembra momentos junto do baixista do Raimundos

Há pouco mais de uma semana, o mundo do rock nacional foi pego de surpresa com a morte de Canisso, o baixista do Raimundos, após sofrer um infarto em sua casa.

Pela primeira vez desde então, Adriana Toscano, viúva do músico, falou em entrevista ao G1 sobre o ocorrido. Na conversa, ela disse que estava junto do marido quando ele teve o mal súbito em sua casa:

“Naquele dia, Canisso tinha chegado de um show em Santa Catarina, estava bem animado, porque iriam rolar outros shows, e a gente assistiu o Oscar e foi legal. Estava a Nina com o namorado, a nossa outra filha, a Lori, a gente estava feliz. Fomos dormir e no dia seguinte, eu estou treinando, voltei e a gente começou a conversar, fazer um café e ele começou a contar sobre o show de Santa Catarina. De repente, falou isso assim “lembra daquele…” e eu só lembro dele caindo. Levei um susto. Eu lembro que meu coração disparou na hora, corri na direção dele, falei “calma, calma, eu vou te ajudar”. E comecei instintivamente a fazer massagem cardíaca, sabe?” 

Após a notícia da morte do marido, a então viúva relata que quis vê-lo:

“Eu queria me despedir do seu corpo, olhar seus olhos mais uma vez. Eles ficaram super azuis, que eu lembro. Eu queria olhar para eles uma última vez. Acabou que todo mundo foi embora, meus filhos ficaram chorando, todos eles. Ver o sofrimento deles era pior ainda, porque o meu eu conseguia abarcar.”

Adriana também contou como conheceu Canisso, no final dos anos 80, enquanto ela também tinha uma banda só com garotas na época. Ela acabou ajudando o Raimundos em muitos dos perrengues que o grupo passou no início da carreira. A dupla construiu a vida no passar desses anos, e agora com a perda do companheiro, com quem teve quatro filhos, ela diz estar passando por um processo:

“Não foi fácil. Tivemos muitos altos e baixos. Tudo que a gente teve foi o rock que deu. Eu não me arrependo de nada, Duas pessoas vivendo tanto tempo junto assim, acaba virando um só. É difícil mudar. Eu tenho agora todo esse processo pela frente. É isso!”.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL