Alter Bridge mostra que quarta feira também é dia de rock e não só de futebol
Nem irei me ater a falar da história do Alter Bridge pois é algo que qualquer um que tenha algum contato com a banda, já sabem.
Ao longo de sua já longeva carreira, o grupo já passeou por diversos números, sem calçar um único e sempre foi muito bem sucedida na empreitada.
Eis que então após seis anos de sua última passagem, Myles Kennedy, Mark Tremonti, Brian Marshall e Scott Philips, voltam ao Brasil, ou melhor, a São Paulo, sendo essa a única passagem pelo país em plena quarta feira.
Após uma playlist rolar, com direito a bate cabeça com Sleep Token tocando nos P.A’s, pontualmente as 21hrs, o AB surge no palco com os riffs poderosos de “Silver Tongue”, em meio a um som afiado e equalizado com perfeição, pelo menos para quem estava ao centro da pista Premium. Sem tempo, “Addicted to Pain”, entra na sequência, agressiva e os com vocais de Myles impecáveis, com notas altas e afinadas sem escorregões.
“Ghost of Days Gone By”, é quem fecha a trinca e só aí Kennedy da um respiro falando com o público, falando sobre o tempo que passou longe de seus fãs brasileiros. “Broken Wings” retoma as atividades e em “Burn It Down” é hora de Mark Tremonti ser aprovado apresentado por Myles e tomar a frente no microfone. A impactante “Cry of Achilles” passou cortante pela plateia que ovacionava e batia cabeça na clássica música.
Logo depois, um dos momentos mais aguardados do show, onde Myles assume o violão sozinho no palco para “Watch Over You”, uma verdadeira balada poderosa, carregada de sentimentos e que coloca o coração de muitos acelerados e os olhos marejados. Mas o mais forte ainda estava por vir. Mark retorna ao palco, e junto de seu parceiro, cantam a emblemática “In Love Memory”, canção que o guitarrista fez a sua falecida mãe. A música traz uma avalanche de olhares vidrados e hipnotizados com a riqueza da música que fica ainda mais densa com a versão empunhada só pelos dois.
“Blackbird” retoma o fôlego em algo mais pesada e é a faixa que dá título ao segundo disco do Alter Bridge, e que é um dos favoritos dos fãs. A dobradinha “Come to Life” e “Lover” soam um mais arrastadas e mesmo com a perfeita execução, dão uma certa mornada no público, que parecia ainda ávido para mais. Assim sendo, “Paws & Kings”, que dá título ao ao último disco, lançado no ano passado, mistura riffs com melodias insanas, com um refrão poderoso e que gruda fácil, mostrando o poder e controle de voz de Myles. A bateria de Scott estava perfeitamente equalizado e sua caixa soava com uma força dominadora na melodia. Sem tempo, a brutal “Isolation” entra logo atrás e martela uma mistura de música pesada e melódica como exatamente deve ser! A essa hora, o Espaço Unimed, bastante cheio, já era um forninho na pista Premium e as coisas iam ficar ainda mais quente.
Para que não é lá muito familiarizado com o Alter Bridge, uma de suas músicas ganhou bastante repercussão por ser tema de um personagem da WWE. E foi exatamente com “Metalingus”, que a banda fecha seu set principal. Não antes de arrancar pulos, bate cabeças e vozes da plateia. Antes do final, Myles brinca com sua plateia, conversa com uma fã próxima a grade e incita os dois lados da pista e o seu centro a levantarem as mãos e torna o lugar um mar insano com a poderosa faixa.
O bis fica por conta de “Open Tour Eyes” e “Rise Today”, após o Alter Bridge retornar ao palco com uma bandeira do Brasil nas mãos.
Qual será o futuro do AB, não sabemos ainda, já que no próximo ano o retorno do Creed e as diversas datas anunciadas, e Myles trabalhando novamente com Slash, podem indicar uma pequena pausa do grupo por algum tempo. O que sabemos é que qualquer dia é dia de rock, e principalmente, que quarta não é dia só de futebol, desde que seja feito com qualidade, e isso, o Alter Bridge tem de sobra e fez uma quarta feira de celebração ao estilo com nível técnico acima da média e sendo direto, impecável.
O Confere Rock agradece a Catto Comunicações e a Mercury Concerts pelo credenciamento e fotos.
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