Amorphis – “Halo” (2022)

O Amorphis já está na estrada há tempo que conseguiu criar uma base de fãs fieis ao sem som, ainda que não seja no Brasil tão gigante quanto é em sua terra natal, e com isso, os colocar num certo pedestal quando falamos da mistura do extremo ao melódico. A banda tem passeado por lançamentos que ou tem trazido euforia aos fãs, ou uma recepção morna.

Com diversos experimentos ao longo dos últimos anos, eles lançam agora em 2022, “Halo”, seu mais novo registro lançado pela Atomic Fire e distribuído pela Shinigami Records. O grupo disse que mais uma vez apostaria em momentos mais progressivos na nova empreitada, e de fato isso acontece por aqui. Mas identidade da banda trabalhando o folk é um dos momentos mais marcantes do disco. Tudo isso se reúne no álbum para explorar o folclore finlandês.

E é assim desde a abertura com a variada “Northwards” e a consistente “On the Dark Waters” que vem na sequência, trazendo um bom refrão que gruda fácil na mente do ouvinte, além de uma das passagens mais progs. “The Moon” não a toa virou um single, pois é uma das que mais ganham na audição. Com boas linhas da bateria, soando quebrada e um bom desempenho dos vocais de Tomi Joutsen, que aqui consegue a façanha de alinhar diretamente com as guitarras entre o mais limpo e o agressivo Na faixa em questão, o lado mais gótico predomina e tudo anda corretamente. O que a torna um destaque a mais e vai ser a preferida de muitas pessoas. “Windname” é mais um acerto na execução com mudanças no andamento muito bem feitas. “Seven Roads Come Together” é uma das mais climáticas e que aposta ferrenhamente no tom gótico e realmente acerta ao conseguir criar uma submersão em suas melodias e teclados atmosféricos. O final fica por conta da bonita “My Name is Night“, com participação de Petronella Nettermalm, do Paatos que encerra com um bom drama.

O Amorphis se acerta com os seus experimentos e andamentos, e assim consegue realizar um disco bastante conciso de si e enaltecendo a sua própria história com os contos de sua terra. Essas misturas sempre geram bons momentos para o metal em sua grande maioria, e aqui, eis um deles.

NOTA: 8

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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