Resenha: Praying Mantis – “Defiance” (2024)
Com uma capa que aspira algo de H.R. Giger, ainda que meio apagada, dentro dela está um conjunto de músicas de hard rock que enchem a alma de energia.
A fusão de números intensos de hard rock com baladas delicadas cria um equilíbrio impecável, enquanto os integrantes do Praying Mantis — John Cuijpers (vocal), Tino Troy (guitarra e teclado), Andy Burgess (guitarra), Chris Troy (baixo) e Hans in’t Zandt (bateria) — tecem uma apresentação repleta de riqueza sonora. Bordas metálicas envolvem harmonias de AOR, entrelaçadas com uma dose de melancolia, especialmente na faixa-título, onde a banda mescla esperança e desespero nos destroços de um mundo decadente, sob uma névoa de acordes sombrios. Esse sentimento pálido e quase cinzento permeia todo o álbum, mesmo nos momentos mais suaves, criando uma fusão intrigante de calor e brilho acinzentado.
Praying Mantis, lendas da NWOBHM formadas nos anos 70, apresentam em “Defiance”, lançado pela Frontiers Music e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, uma vibração polida e contemporânea, especialmente perceptível no sopro de arena rock de “Forever In My Heart” e na deliciosamente melódica “Standing Tall“. A banda retorna às suas raízes mais metálicas na faixa final “Let’s See“, que ostenta um toque metálico, assim como na versão cover de “I Surrender”, escrita por Russ Ballard. Cuijpers comanda a banda com uma maestria inédita, conduzindo Praying Mantis ao seu 50º ano com vigor renovado.
Os teclados exuberantes e o trabalho incansável nas guitarras mantêm o álbum vibrante, mesmo através das tonalidades sombrias, enquanto “One Heart” pulsa com uma espinha dorsal de baixo marcante. Ecos de Uriah Heep e Rainbow surgem ocasionalmente, enquanto o instrumental “Nightswim” traz uma pitada do virtuosismo de Joe Satriani. Há, portanto, uma abundância de variedade aqui, embora o impacto maior do álbum seja proporcionado pela bateria.
É difícil acreditar que já se passaram mais de 40 anos desde a estreia brilhante da banda britânica com “Time Tells No Lies” (1981), mas é revigorante ver esses veteranos ainda se esforçando e entregando música de alta qualidade para os fãs. Melodia sobre metal é o lema aqui; Praying Mantis desafiando as expectativas até o fim.
NOTA: 7