At The Movies – The Soundtrack of Your Life (Vol. 2) (2022)

Album Review: At The Movies – The Soundtrack of Your Life (Vol. 1 and Vol. 2) – The Moshville Times

Alguns projetos musicais realmente não pode ser descritos em nenhuma resenha, por mais rebuscada que ela seja, por mais que ela traga ínfimos detalhes. Um desses projetos é o At The Movies, que conta com Björn “Speed” Strid (Soilwork, The Night Flight Orchestra), Linnéa Vikström (Ronnie Atkins, Therion), Morten Sandager (ex-Pretty Maids), Pontus Egberg (King Diamond, Wolf) and Pontus Norgren (Hammerfall) e fazem uma viagem pela trilha sonora da vida de muitas pessoas vindas dos anos 80 e 90.

Dividido em dois volumes, o primeiro dedicado aos 80 (confira resenha aqui) e o segundo, obviamente aos 90, este é um registro que só irá captar a vibe pra cima e de diversão quando colocar o play para rodar. A ideia de gravar essas músicas surgiu em meio a pandemia, com um grupo de amigos que queriam criar “uma roda de violão” de sucessos marcantes e assim escolheram a dedo faixa a faixa que iriam compor este trabalho, e tudo funcionou muito bem.

Lançado pela Atomic Fire Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records em outra edição linda, digipack e cheia de cores, sendo um material duplo, que conta com um CD e um DVD com os vídeos das faixas, assim como o primeiro, o segundo volume passeia por faixas de impacto, como a abertura de “Waiting For a Star To Fall“, a sequência em “King Of Wishful Thinking” do filme Pretty Woman, que ganha uma versão com bastante swing. A bonita “When You Say Nothing At All”, do clássico Nothing Hill ganhou uma das melhores versões por aqui, carregada de feeling, seja no instrumental ou nas vozes. A coisa é fina de verdade aqui, principalmente no lindo solo de guitarra de Pontus.  “(I Just) Died In Your Arms” chega com vigor, energia, belíssimas linhas vocais que arrepiam e muita inspiração, sendo um dos maiores destaques do disco e fazendo a audição ganhar um novo fôlego. “Crazy” de Britney Spears chega na bota, em uma música divertida e dona de um vídeo hilário de Linnéa tentando incorporar a loirinha em suas danças. Sabe daquelas músicas que na primeira nota de introdução já te arrebata, te joga lá em cima e todos os seus poros cantam? Foi o que “Heaven Is A Place on Earth” virou na mão desses menestréis. Se não é a melhor versão feita pelo projeto, com toda a certeza lista no seu top 3. Um verdadeiro hino, gravado originalmente por Belinda Carslile, é impossível descrever os contornos ganhados aqui. Tudo é perfeito! “Crush” ganha um groove e corpo arrojados, com uma pegada bruta e cheia de presença se transformando em uma nova faixa e um refrão primoroso. EU DUVIDO, você não se balançar ao som desses riffs! “Venus”, grande hit do Bananarama, é um prato cheio da mistura rock dançante, que soa como um Oingo Boingo turbinado e dona de uma musicalidade animal com tantos elementos funcionando. O disco encerra com um clássico de uma geração, nada mais, nada menos do que “I Want It That Way” do Backstreet Boys, que mantém respeito a original, e ganhando alguns traços mais pesados, mas a melodia, principalmente vocal se assemelha ao material fonte e é bastante divertido de se ouvir.

Eu não sei onde esse projeto vai parar, com a movimentada vida dos seus membros, mas se ele terminar nesses dois blocos, com certeza todas as ambições deles com esse nome foram alcançadas. Há diversão, musicalidade aflorada, emoção, leveza e um sentimento de estar se homenageando e toda as gerações dessas duas décadas importantes para tantos. Se você ainda não ouviu, eu recomendo agora mesmo você afastar o sofá da sua sala, colocar o volume no máximo e simplesmente se jogar no que irá encontrar por aqui.

NOTA: 9

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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