Resenha: Powerwolf – “Wake up the Wicked” (2024)
O Powerwolf consolidou-se como uma das maiores forças do power metal alemão, e qualquer fã de heavy metal já deveria estar ciente disso. Ao longo de nove álbuns de estúdio e incontáveis performances memoráveis, a banda construiu um universo sonoro único, onde lobisomens e temas góticos se misturam ao som épico e poderoso de suas composições. Com o décimo lançamento, “Wake up the Wicked“, que chegou às lojas em 26 de julho de 2024 pela Napalm Records e trazido ao Brasil pela Shinigami Records, o grupo mantém viva sua reputação e demonstra porque é reverenciado na cena do metal mundial.
Este álbum entrega exatamente o que se espera do Powerwolf: melodias grandiosas, refrões épicos, letras ousadas e uma produção orquestral marcante, tudo envolto no típico estilo de power metal gótico da banda. Eles seguem fiéis à fórmula que os consagrou, sem grandes desvios, o que pode ser um ponto forte para os fãs que apreciam a constância de seu som. Ao mesmo tempo, essa previsibilidade levanta a questão: até que ponto a familiaridade pode afetar a emoção de ouvir novas músicas?
No entanto, se a qualidade da música e a narrativa cativante continuam presentes, como é o caso aqui, a falta de surpresas não é um problema. Muitas bandas alcançaram sucesso seguindo uma fórmula bem definida, e o Powerwolf sabe equilibrar o exótico com o cativante. As histórias de lobisomens, vampiros e demônios, mescladas a referências religiosas e temas provocativos, continuam sendo o núcleo de sua proposta artística. Neste novo álbum, há uma variedade maior de estilos e influências, com faixas como “Sinners of The Seven Seas“, que flerta com o metal marítimo, e a faixa histórica “1589”, que narra um conto de licantropia.
Canções como “Bless ‘em with the Sword“, com seu ritmo rápido e furioso, e “Viva Vulgata“, um hino gótico poderoso, mostram a capacidade da banda de mergulhar no drama e teatralidade que sempre caracterizaram suas performances. Enquanto isso, “Kyrie Klitorem” evoca a irreverência de faixas como “Resurrection by Erection“, com uma melodia irresistível e um refrão gigantesco, enquanto “Heretic Hunters” e “Thunderpriest” são exemplos do Powerwolf em sua forma mais clássica, repletas de ganchos cativantes e energia incontrolável.
A faixa-título, “Wake up the Wicked“, se destaca por seu groove contagiante, teclados brilhantes e um refrão que gruda na mente. É o tipo de música que faz qualquer um bater cabeça enquanto toca air guitar. Da mesma forma, “Joan of Arc” é outro grande destaque, com um refrão poderoso e uma narrativa que poderia facilmente se encaixar no repertório do Sabaton, dada sua pegada histórica e o caráter épico.
Outra faixa que merece atenção é “We Don’t Wanna Be No Saints“, um título que encapsula perfeitamente a essência do Powerwolf. Com seu coral infantil e refrão massivo, é uma daquelas músicas feitas para ser cantada em uníssono por multidões, consolidando ainda mais a habilidade da banda de criar hinos que ecoam nas arenas. O álbum encerra de forma mais contida com “Vargamor“, uma faixa com influências celtas, que oferece um momento de introspecção antes do final.
“Wake up the Wicked” pode não reinventar a roda, mas isso não diminui sua capacidade de entreter. A banda continua a expandir seu universo sonoro, e os 37 minutos do disco são recheados de momentos memoráveis que farão qualquer fã do gênero vibrar. A produção de Joost van den Broek garante que cada detalhe brilhe, enquanto as melodias e arranjos orquestrais convidam o ouvinte a mergulhar no mundo do Powerwolf mais uma vez. Então, esqueça suas preocupações, aperte o play e se junte à festa com o wolfpack mais carismático da Alemanha!
NOTA: 7