Bruce Dickinson relembra revolta dos fãs com sua saída do Iron Maiden

Bruce Dickinson refletiu sobre a comoção dos fãs após sua saída do Iron Maiden em 1993, admitindo que nunca entendeu essa reação extrema. Em entrevista ao Metal Hammer, o vocalista disse que, para ele, o apego tribal que alguns fãs têm por uma banda não faz sentido.

Ele recorda uma fala da esposa, que teria resumido bem o sentimento coletivo da época:

““Minha esposa me disse isso depois: ‘Sabe, o problema foi que, quando você saiu, não importava se você tinha feito o melhor disco do mundo – ninguém conseguia ouvi-lo. ‘Ninguém queria tentar porque era simplesmente avassalador que você não estivesse mais lá no Maiden.’ E eu pensava: ‘Não entendo isso.’ É o mesmo motivo pelo qual não torço para um clube de futebol qualquer. Torço para o melhor clube de futebol; não torço para qualquer 
clube de futebol.”

Ou seja: independentemente da qualidade da música que ele produzia depois, muitos fãs se recusavam a sequer dar uma chance — pelo simples fato de ele não estar no Maiden.


A lógica de Dickinson: “eu não entendo esse apego tribal”

Para Bruce, a forma como muitos vivem a devoção à banda é semelhante a torcer por um clube de futebol — algo que ele mesmo não pratica. Ele explicou:

“Não entendo essa coisa de tribalismo. Entendo que é por isso que as pessoas amam tanto o Iron Maiden, entendo isso, mas acho difícil incorporar isso em mim como uma forma geral de viver minha vida.”

Ele disse compreender a paixão dos fãs pelo Iron Maiden, mas confessou que essa sensação não faz parte de seu estilo de vida.


Nova fase solo — e o legado que o Maiden representa

Após deixar o Maiden, Bruce dedicou-se à carreira solo, lançando vários álbuns. Em 2025, apesar de já ter voltado ao Iron Maiden — junto com o guitarrista Adrian Smith — ele continua dividindo seu tempo entre a banda e seus projetos próprios.

Quando questionado sobre não acompanhar o que o Maiden produziu durante sua ausência, ele disse que estava “ocupado com suas próprias coisas”.

Mesmo assim, o retorno em 1999, com Bruce e Adrian, significou “uma explosão criativa” — levando ao lançamento de álbuns que reergueram o prestígio da banda.


Entendendo o impacto emocional da saída de um ídolo

As palavras de Bruce expõem como, para muitos fãs, a saída de um vocalista pode abalar não apenas o repertório da banda, mas a própria identidade que eles associam ao grupo. Para esses fãs, qualquer trabalho feito fora do contexto original perde valor — independentemente da qualidade. Para Dickinson, isso nunca fez sentido.

Seu relato ajuda a entender o peso simbólico de “ser parte de” um ídolo ou banda — e como esse vínculo emocional pode tornar difícil aceitar mudanças.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

2 thoughts on “Bruce Dickinson relembra revolta dos fãs com sua saída do Iron Maiden

  • novembro 28, 2025 em 11:05 pm
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    ¨Ele disse compreender a paixão dos fãs pelo Iron Maiden, mas confessou que essa sensação não faz parte de seu estilo de vida.¨!!!! Iron Maiden virou religião, estilo de vida, atitude…não é só sentar no sofá e apertar o PLAY!!!! Iron é uma das melhores bandas e aqui já foi feito um certo comentário onde muitos preferem ouvir Heavy Metal a fazer sexo, e ainda incluo jogar video game!!!!! Se Bruce fosse um fã de detrminada banda ele entenderia o nosso lado, não vejo muito Bruce ou Hetfield sentando no sofá e ouvindo suas bandas preferidas…todos eles tem algum hobbies ou são ocupados demais, Valeu!!!!

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  • novembro 29, 2025 em 3:38 pm
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    Para o cantor, saí da banda e tudo bem. Para o fã o cantor sai e não fica tudo bem, até agora fico pasmo com essa coisa do Angra. Dependendo da banda e integrante, com certeza afeta ao fã. Para o integrante da banda não tem muito o que fazê, ficar na banda apenas para agradar ao fã, estranho isso. A vida segue e com o tempo vc acaba ganhando mais banda, essa é a realidade. Abraços!

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