Charlie Benante e a sua dura crítica ao Spotify: “é onde a música vai morrer”
Charlie Benante, baterista do Anthrax e do Pantera, conversou com o The Irish Time, onde ele foi questionado sobre o que ele acha que a indústria musical teve de mudanças radicais nos últimos anos, com o avanço de diversas plataformas de streaming de música, e sua resposta foi um tanto ácida sobre o assunto. Ele responde:
“Não existe indústria musical. É isso que mudou. Não existe mais nada. Há pessoas ouvindo música, mas elas não estão ouvindo música da forma como a música era ouvida antigamente.
É um momento diferente agora. Aqui está uma coisa estranha. Enquanto eu vi pessoas comendo um pouco mais saudável aqui e ali, a indústria da música foi uma das coisas mais atingidas e ninguém fez nada a respeito. Eles simplesmente deixaram acontecer. Não havia proteção, nada. Subconscientemente, essa pode ser a razão pela qual não fazemos discos a cada três anos ou algo assim, porque não quero dar de graça.
Eu levo a música muito a sério e o que eu faço e o que eu escrevo é muito pessoal e, para alguém levar isso não é certo. É como se eu pagasse à Amazon US$ 12,99 por mês e eu pudesse simplesmente entrar na Amazon e conseguir o que eu quisesse. É basicamente roubo. É roubar do artista – as pessoas que administram sites de streaming de música como o Spotify. Eu não assino o Spotify. Eu acho que é onde a música vai para morrer. Nós temos a música lá porque temos que jogar junto com o jogo, mas estou cansado de jogar o jogo. Nós somos os mais aproveitados de qualquer indústria. Como artistas, não temos cobertura de saúde, não temos nada.
Eles nos foderam tanto, que não sei como saímos dessa. Você provavelmente ganharia mais dinheiro vendendo limonada na esquina.”
Na mesma entrevista, Charlie defendeu a posição do Metallica contra o Napster anos atrás, e que o próprio Benante não havia concordado a época que Lars Ulrich foi contra a plataforma que distribuía música gratuitamente.