Chris Caffery sobre voltar a tocar com o Savatage: “Parece que nunca paramos”

Este ano o mundo do heavy metal foi agraciado com a volta do Savatage, sendo o seu retorno cravado no Brasil com duas apresentações, uma no Monsters of Rock (leia aqui) e outra ao lado do Opeth (leia aqui).

Em entrevista a MetalTalk, o guitarrista Chris Caffery falou sobre como é retornar a tocar com a banda. Ele diz:

 “Bem, esses caras da banda são pessoas que vejo todo ano. Zak e Jeff são pessoas com quem faço turnês, e Al , eu, Johnny e Jeff excursionamos juntos com o TSO nas turnês ‘Beethoven’s Last Night’ e coisas assim. Então, eu sempre os vejo e sempre tocamos. Eles são meus amigos mais próximos. E quando tocamos novamente, não pareceu que foram 23 anos; pareceu que foram três anos. Foi estranho. Parecia que nunca paramos. É tão louco. Parecia o mesmo, mas diferente, porque estamos um pouco mais velhos e muito tempo se passou. Fomos lá e foi como se estivéssemos de volta em casa. A música do Savatage é tão poderosa nesses palcos e tão divertida de tocar.” Ao vivo. E a música que Jon e seu irmão e Paul reuniram para a carreira desta banda é tão mágica quando tocada diante do público. E eu sei que os fãs sentiram tanta falta quanto eu.

A vida passa por tantos altos e baixos e, à medida que envelhecemos, parece-me que os baixos tendem a aparecer com mais frequência quando você menos espera. E agora isso vem da saúde dos seus familiares e de coisas ao seu redor assim. Mas ter o Savatage de volta na minha vida tem sido como uma boa âncora no meio, porque o TSO é o melhor show musical do planeta — eu adoro fazer parte dessa banda e ir lá todos os anos. É tão incrível fazer parte do que Paul criou com o TSO . É o melhor show de rock que eu poderia imaginar dentro de uma arena. A produção é incrível. As músicas são incríveis. Os cantores e músicos são incríveis. A equipe — a coisa toda é tão, tão incrível. É essa âncora ali. Então você vai para o outro lado da sua vida, e você tem todas essas coisas. E há um tempo entre quando você está com o TSO. E ter o Savatage para equilibrar esse tempo é tão forte quanto o TSO , e fica no meio disso. Então, onde você pode ter um elástico meio que subindo e descendo com tudo, o Savatage em O meio me deu uma espécie de calma agradável, sabendo que minha banda de infância, da qual comecei a gostar aos 19 anos, está de volta e faz parte do meu dia a dia. Estou fazendo a divulgação do Savatage, e vejo cartas e posts, e temos shows marcados, e minhas próximas apresentações ao vivo são isso. É uma sensação ótima ter isso de volta. E sei que todos na banda estão muito animados para voltar aos palcos, e estamos todos pulando como um bando de crianças. É muito divertido.”

Caffery também falou sobre o fato de Jon Oliva ter mencionado em várias entrevistas ao longo dos últimos dois anos que estava trabalhando em um novo álbum do Savatage, que originalmente tinha o título provisório de “Curtain Call”. Chris disse:

“Sim. É engraçado, porque Jon mencionar esse disco [em uma entrevista de 2023 com Sakis Fragos, do Rock Hard da Grécia ] é provavelmente um dos motivos pelos quais estamos tocando, porque ele fez isso em uma entrevista na época da COVID, e no dia seguinte recebi todos esses e-mails, mensagens e mensagens diretas: ‘Isso é ótimo. O Savatage  está fazendo outro disco. Eu vi no Blabbermouth .’ E eu fiquei tipo, ‘Estamos?’ Mas acho que isso fez com que os agentes viessem até mim, à banda e à gerência, e por meio disso, nossa gerência veio até nós e disse: ‘Ei, queremos ter uma teleconferência com vocês.’ E então eles fizeram isso e disseram: “Bem, há muitas boas ofertas para vocês tocarem em alguns shows”. E acho que muita coisa surgiu disso.

“O Jon quer fazer essa música e nós vamos conseguir. Espero que a ideia dele de chamar ‘Curtain Call’ não seja uma referência à cortina se fechando, mas sim à cortina se abrindo. Tenho duas versões diferentes de como acho que isso deveria acontecer. Acho que essa versão de ‘Curtain Call’ deveria ser o recomeço de um novo capítulo. E espero que seja para lá. Para mim, nada me deixaria mais feliz. Sei que planejamos tocar, e ouço os caras conversando, e falamos sobre um plano de turnê de 10 anos e isso e aquilo. Então, se vamos sair por aí, que seja com alguma música nova. E vai ser divertido adicionar algumas coisas ao catálogo louco e bom de antigamente.”

Chris acrescentou:

“Estou feliz por estarmos tocando de novo. Não consigo imaginar o tempo passando mais rápido do que isso. Mas ver 23 anos passarem num piscar de olhos é uma loucura, cara. É uma loucura. É mesmo.”

Sobre a possibilidade de o Savatage  fazer shows nos EUA e em outros territórios, como a Ásia, Caffery disse:

“Bem, esse é o plano. O plano é que a gente vá a qualquer lugar que queira nos receber. Eu não agendo os shows. Não vi datas, mas quando eles aparecem, para mim é como ‘A Música Continua a Mesma’. Se eu estiver no quintal cuidando do meu jardim, e de repente chegar aquele e-mail, vou arrumar a mala e ir embora. É assim que vai ser.”

O Savatage continua com shows este ano tocando em grandes festivais pela Europa.