Como o Arch Enemy apostou em Angela Gossow para vocalista
Quando o Arch Enemy surgiu para o mundo, com seu death metal mais cru e direto, a banda tinha como sua voz, o vocalista Johan Liiva. Mas as coisas não foram muito longe, e logo o cantor foi dispensado do posto, e Michael Amott conta o que causou a separação:
“De certa forma, Johan fez isso consigo mesmo. Ele realmente não estava muito a fim de fazer turnês, e sabíamos que para levar as coisas a outro nível, precisávamos fazer muito mais trabalho ao vivo. Até então, tudo o que tínhamos feito era tocar no Japão e em alguns outros lugares. Nada importante. Muitas pessoas de fora da banda também disseram que Johan não era o homem certo para realmente ajudar a banda a se desenvolver. Então, era isso.”
Amott planejava então iniciar uma busca por uma nova voz, mas as coisas mudaram drasticamente de rumo.
O Arch Enemy tinha vários nomes em uma lista, mas uma, então a época, jornalista, acabou mudando os rumos que a banda tomaria no seu futuro. Uma alemã chamada Angela Gossow, surgiu e nada mais foi igual para aquele grupo. Amott comenta:
“Angela estava trabalhando como jornalista quando Burning Bridges foi lançado, e nos entrevistou para um webzine. E ela nos deu um vídeo dela tocando ao vivo com uma banda chamada Asmodina. Christopher ficou realmente impressionado com o que viu, porque o vídeo era de Angela tocando em um clube na Alemanha, na frente de cerca de 50 pessoas – e ela realmente foi fundo. Então, foi ele quem sugeriu adicioná-la à nossa lista.”
É claro que a dúvida pairava na escolha de uma mulher a frente da banda:
“Eu era muito conservador sobre tudo isso, e você tem que lembrar que, naquela época, não havia uma banda de metal que tivesse uma vocalista feminina. Isso simplesmente não aconteceu.”
Angela não entrou somente como vocalista, mas chegou a mudar a forma que o Arch Enemy compunha suas canções, buscando uma forma mais agressiva. Ele diz:
“Tínhamos todas as músicas escritas antes de ela se juntar a nós, e algumas das letras”, diz Amott. “O que Angela fez foi ir aos ensaios no final do ciclo e então dar sua opinião. Ela tinha opiniões fortes sobre algumas das músicas: ‘Isso é tão estereotipado, chato Arch Enemy. Você pode gostar, mas os fãs não. Eu sei, porque eu sou fã’. Ela falava sobre uma música com um solo de guitarra muito bom e exigia que mudássemos, tornássemos muito mais pesado.”
Uma das músicas que ela nos fez mudar foi Ravenous. Começou bem mais devagar, com mais guitarra até que ela insistiu que a removêssemos e acelerássemos as coisas. Como eu reagi? Fiquei ofendido, para ser honesto. Mas eu sou um guitarrista, então qualquer coisa que corte esse lado das coisas vai me chatear! Mas Angela estava certa.”
No fim, Gossow se tornou uma peça fundamental para o Arch Enemy, conforme diz Amott:
“Angela nos tornou muito mais agressivos. É como jogar fora seu coelho de estimação e ganhar um Rottweiler ou algo assim. Foi muito mais brutal, mais na sua cara. Ela nos deu uma vantagem que simplesmente não existia antes. O que talvez nos fez pensar de uma forma maior.”
A estreia de Angela Gossow aconteceu com o disco “Wages of Sin“. Em 2014, anunciou que estava deixando o posto, assumindo a parte administrativa da banda. Ela foi substituída por Alissa White-Gluz, que se mantém até hoje no cargo.
Só ouvia Arch Enemy com Angela e os primeiros albuns do Children of Bodom…eram as melhores bandas de Death Metal Melódico daquele tempo na minha opinião!!!! Bons tempos de Angela nos vocais de Arch, valeu!!!!