Dave Lombardo fala sobre como foi trabalhar na construção do clássico do Slayer “Raining Blood”

Com toda certeza, “Raining Blood” é uma das mais icônicas faixas que o Slayer já lançou, no seu vasto catálogo e não só isso, a música com certeza é um dos maiores exemplares do thrash metal mundial.

Conversando com o  “100 Songs That Define Heavy Metal”, Dave Lombardo, falou sobre como foi o trabalho de criação da música. Ele diz:

 Jeff Hanneman gravou a demo. Ele gravou a bateria e a guitarra e nos apresentou no ensaio. E nós achamos um pouco estranho. Foi tipo, ‘O quê? Vocês só querem que comece assim?'” E eu não sei de onde surgiu a ideia, de onde surgiu a chuva. Mas a música estava praticamente pronta, e estava em fita cassete. E nós achamos ótima, pelo menos depois que o riff começou. Aquilo nos surpreendeu.”

Sobre a sua composição de bateria para a música, Lombardo diz:

Eu acho — bem, especialmente com aquela música… Eu tinha uma ideia do que estava fazendo nos três primeiros discos que fizemos, três, quatro discos, aprendendo ouvindo outros bateristas. Naquela época, obviamente, eram Iron Maiden, Judas Priest. Então, os bateristas da época lançaram as bases para mim. E aprender essas músicas e tocá-las com o Slayer realmente me ajudou a aprimorar minha habilidade de contribuir com a bateria para a música que me foi apresentada. Mas depois, quando gravamos ‘Reign In Blood’, o produtor do álbum Rick Rubin realmente aprimorou minha criatividade e me ajudou a aplicá-la em lugares muito especiais que impactaram a próxima parte da música. Então, digamos, quando os vocais — digamos, no verso. Você mantém esse espaço aberto. Você pode adicionar pequenas nuances, mas não quer exagerar, porque aí você está tirando dos vocais. E então, quando o refrão entra, ou a ponte, ou seja lá o que for, ele me ajudou a aprimorar minha criatividade e adicionar, digamos, um rufar de tambores criativo para conduzir à próxima seção. Então, acho que é aí que você ouve, como ouvinte, a bateria sendo tocada de uma forma mais melódica, como parte da música, em vez de: “Estou tocando bateria e preciso mostrar o quão bom sou nessas habilidades que desenvolvi ao longo dos anos”. Não se tratava disso. Tratava-se da música, de torná-la especial e dar a ela a quantidade certa de bateria.

O que “ajudou imensamente  foi a quantidade de turnês que fizemos. É aí que você realmente desenvolve sua habilidade, sua resistência, e começa a ouvir as coisas de uma forma um pouco diferente da perspectiva do palco”, explicou. “E acho que, pelo menos na minha experiência, foi aí que comecei a ouvir música de uma forma diferente, de uma forma mais performática, em vez de apenas criativa. É como se você conhecesse o poder que certos ritmos têm quando tocados ao vivo, então você tenta gravar esses ritmos da forma mais autêntica possível. Isso vem com a experiência, e acredito que as turnês realmente nos ajudaram a desenvolver não apenas nosso som, mas também nosso estilo.”

“Reign In Blood” foi lançado em 7 de outubro de 1986 pela Def Jam Recordings . 

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

2 thoughts on “Dave Lombardo fala sobre como foi trabalhar na construção do clássico do Slayer “Raining Blood”

  • maio 12, 2025 em 3:59 pm
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    Iron Maiden, Judas e Sabbath são o ¨ABC¨do Rock e metal em termos gerais. Interessante essa idéia de composição, encaixar a bateria no ponto certo e melodia. Muito bom, abraços.

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  • maio 12, 2025 em 9:25 pm
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    Esse batera tá no meu top 5 bateras de metal, um dos melhores do estilo!!!!! Valeu!!!!

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