Domingo de stoner no Rio De Janeiro
TEXTO E FOTOS POR: TARCÍSIO CHAGAS
EDIÇÃO DAS FOTOS: PATTY SIGILIANO
Depois de quinze dias, cá estou eu na casa de shows Agyto no coração da boemia carioca, claro que estou falando da Lapa, dessa vez para acompanhar o último show da tour brasileira do Red Fang, um dos expoentes do que costumam a chamar de Stoner Rock.
Abrindo o show com “Hank Is Dead“, de cara deu para notar que ao mesmo tempo que o som sujo das guitarras soava maravilhosamente definido e bem pesado, situação um tanto quanto difícil de acontecer ao vivo, principalmente no gênero musical deles e apesar do pouco público, os mesmos tratavam de cantar quase todas as músicas bem alto para surpresa do quarteto americano. Sem muitos celulares filmando, pasmem, o que se viu foram punhos cerrados para o alto e muitas cabeças batendo “ao vento”, o que me trouxe uma sensação saudosista e um sorriso no rosto ao me lembrar de quanto era especial somente curtir um show sem a necessidade de registro.
Uma coisa que me chamou a atenção, foi a divisão de vocais entre o baixista Aaron Beam e o guitarrista Bryan Giles, algo tipo Gene Simmons e Paul Stanley do Kiss. Enquanto Aaron soava um pouco mais melódico, Bryan Giles trazia aquela pegada mais agressiva como em “Malverde” e na marcha sorumbática “Humans Remain Human Remains“, a mais doom de todas com destaque ao baixo cavernoso de Aaron Beam.
O que me cativou mais no Red Fang foi que em algumas músicas eles tem uma pegada muito próxima ao Heavy Metal. Aí você vai perguntar: “O Stoner não é diretamente influenciado pelo Metal?” Sim, mas a maioria mais psicodélicas do que as outras, no caso deles, o Metal apareceu em mais vezes. Escute “Crows In Swine” que vai entender o que estou falando.
Após o fim do show regular, os caras voltaram com a traulitada “Dirt Wizard” dando espaço na sequência para o “hit” da banda e, sem dúvida, a sua melhor música “Prehistoric Dog“. É incrível como essa música soa muito melhor ao vivo e foi a melhor forma de terminar com 1h10 um dos shows mais energéticos que pude testemunhar nos últimos tempos.
Para quem acha que o Red Fang é apenas aquela banda dos videoclipes mais legais, eu sugiro que numa próxima volta ao Brasil possam conferir o poderio do quarteto de Portland…e tomara que eles não demorem outros 5 anos para isso.
Meus agradecimentos a OnStage Agência e seus donos Nathália Ferreira e Filipe Barcellos pelo credenciamento e cortesia no trato com os profissionais de imprensa.
