Doug “Dug” Pinnick fala sobre a influência do King’s X para diversas bandas do grunge

Doug “Dug” Pinnick conversou com o True Tunes, onde ele falou sobre a influência que o King’s X teve para diversas bandas do grunge, como o Alice in Chains e o Soundgarden. Ele diz:

 “Quando nosso primeiro disco foi lançado, foi a primeira vez que ouvi a afinação Drop D. Depois, ouvi algumas outras bandas que fizeram isso, tipo em uma ou duas músicas. Mas o que aconteceu foi que, em 1985, Ty escreveu essa música, e era na afinação Nashville, Drop D… Não consigo lembrar qual música era. E isso foi antes de conseguirmos um contrato com uma gravadora, porque estávamos entrando em um avião, indo para a fazenda Heritage, onde o programa de TV de Jim e Tammy Bakker estava passando, e estávamos no programa tocando com Morgan Cryar, e estávamos voando para fora. E Ty nos entregou uma fita cassete e disse: ‘Eu escrevi essa música’. Ele disse: ‘Não sei se é boa ou não, mas dê uma olhada’. E Jerry  e eu nos conectamos no avião antes de decolarmos e ouvimos uma demo, e pensamos: ‘Isso é muito legal’. E eu disse: ‘Como você fez isso?’ E ele disse: ‘A afinação de Nashville. Eu afinei o Mi para Ré’. Eu disse: ‘Vou para casa e tentarei isso quando voltar’. E quando voltamos para casa, eu escrevi, tipo, oito músicas que estão no primeiro disco e Ty escreveu as outras músicas que estavam no Drop D. E foi algo que ele criou e eu segui em frente.”

Pinnick continuou falando sobre a relação do King’s X e diversas bandas de Seattle:

 “Cerca de cinco, seis anos atrás, Kim Thayil do Soundgarden me disse que em 1985 ele mostrou a afinação Drop D para Chris, e Chris começou a escrever músicas em Drop D também. ‘Ultramega OK’ , eu acho, do Soundgarden. O começo tem todos esses ruídos estranhos, e então entra com um riff afinado em Drop D… Nosso disco foi lançado talvez um mês antes disso, e nosso disco tinha todo aquele ruído no começo, e tinha afinação Drop D. Então eu argumento — quem foi [que veio primeiro]?

O que eu sei é que, no rock em geral, todo mundo virou a cabeça para o King’s X porque saímos daquela onda do metal, e o grunge ainda nem estava na moda. Era uma coisinha que estava acontecendo em Seattle, mas ainda não tinha explodido, então ninguém estava prestando atenção. Mas eu sei que depois que saímos, conheci o Alice in Chains e o Jeff Ament, do Pearl Jam, e todas essas pessoas me disseram o quanto fomos influentes para elas. Então, eu diria que acho que influenciamos muitas bandas, mas o Alice in Chains foi realmente o que o trouxe para o mundo. Lembro que a revista Kerrang! chamou o Alice in Chains de ‘ KING’S X no inferno’… Eles não gostaram do Alice in Chains quando eles saíram — quase ninguém da mídia gostou — e eu pensei: ‘Essas pessoas são estúpidas, porque essa é uma ótima banda.'” E naquele disco, eu senti aquela influência do King’s X, aquela vibe, e eles o tornaram sombrio. E era mais ou menos como eu queria que o King’s X fosse. Eu sempre quis que o King’s X fosse bem sombrio assim, mas toda vez que nós três cantávamos, soava como os Beatles e tudo era bonito.”

Ainda que não me lembre de vez Jerry Cantrell citar o King’s X como uma grande influência, alguns detalhes parecem se encaixar na fala de Doug, como o riff inicial das duas faixas abaixo.

Assim como as harmonias vocais da faixa abaixo podem lembram a duplicidade entre Cantrell e Layne Staley.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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