Eloy Casagrande conta novos detalhes de sua entrada no Slipknot

Na semana passada, Eloy Casagrande fez a sua estreia com o Slipknot no Brasil durante a segunda edição do festival Knotfest.

O baterista realizou uma entrevista com a TV Braba, onde ele revelou novos detalhes de como ele se juntou a banda de Iowa. Ele diz, conforme transcrito pelo Confere Rock quando perguntado como tudo aconteceu:

Ixe, a história é longa. Vamos começar então. Foi o seguinte, cara: surgiu o convite no começo do ano. Eu recebi uma ligação do empresário, perguntando se eu gostaria de fazer um teste para a banda. Daí eu falei: claro, adoraria fazer um teste! Fui em janeiro, lá pelo dia 23 ou 24, para os Estados Unidos. Fiquei fazendo teste por 10 dias com a banda; foram cinco dias de ensaio e cinco dias de gravação. A banda jogando novas ideias para mim, eles queriam me testar no estúdio também, né? Porque fazer show e ensaio é uma coisa, e gravar é completamente diferente. Era para ver como eu me sairia na situação do estúdio e o quão rápido eu conseguia compor ideias novas.

Daí eu voltei para o Brasil e eles levaram mais uns três ou quatro dias para me dar uma resposta: eu estava na banda! Daí começou todo o processo de ver o que eu ia usar, qual seria o material da máscara, né? No primeiro momento, a gente teve a ideia de colocar uma máscara branca, porque eles falaram que máscaras escuras não aparecem tanto no palco, que é muito ruim até para as fotos. Não funciona muito bem. Então a gente veio com essa ideia da máscara branca, que também é uma homenagem ao Joey Jordison.

É que na vida toda ele usou uma máscara branca com certas pinturas pretas, então a minha também tem linhas pretas que fazem essa distante homenagem ao Joey Jordison, um cara tão importante para a banda. Daí a gente veio com essa ideia, eu fiz o molde do meu rosto, então ela encaixa perfeitamente na minha cara de rinoceronte. Encaixa perfeitamente, não machuca, é super confortável. A gente também veio com a ideia do design que iríamos colocar na máscara. Eu sugeri colocar linhas que remetessem aos povos indígenas brasileiros. Fiz uma busca sobre diferentes tribos e tudo mais, para trazer desde referências de máscaras até pinturas que eles fazem do próprio rosto.

Chegamos a essas linhas que eu tenho aqui agora, mas ficou meio desbalanceado, faltava alguma coisa na testa. Daí alguém falou: “Bota um círculo”. Colocou um círculo inicialmente, mas ficou parecendo Harry Potter, não sei o que, com uma flechinha e um raiozinho. Ficou feio! Eu falei: “Já que quer colocar um círculo, coloca uma bala, como se eu tivesse tomado um tiro”. Não é uma analogia à violência, nada disso, é como se simbolizasse a minha morte. É como se eu não desse a mínima para o que está acontecendo. E eu acho que, quando eu coloco a máscara, vem esse espírito de: “Cara, eu já tô com uma bala na minha cabeça, já tô morto, entendeu? Nada que eu vá fazer agora vai mudar alguma coisa.” Acho que isso me traz uma maior liberdade no instrumento, um absurdo, assim, de você chegar lá e pensar: “Nada disso importa. Se você gosta de mim, se você não gosta de mim, tanto faz. Eu tenho um tiro na minha cabeça, tenho um tiro na minha testa.” Então, traz esse símbolo de liberdade, de ser fluido, de não estar preso em algum momento, né? Eu tô aqui andando, mas eu tô morto.

Eloy então contou na sequência como foi a preparação para o primeiro show:

Eu fui duas vezes para os Estados Unidos antes do primeiro show: uma para fazer o teste e outra para fazer mais ensaios. A gente ensaiou mesmo, valendo, um pouco antes do primeiro show. Então foi assim. Mas eu tô sempre agora meio que viajando, vai e volta. Continuo morando no Brasil.

Marcio Machado

Formado em História pela Universidade Estadual de Minas Gerais. Fundador e editor do Confere Só, que começou como um perfil do instagram em 2020, para em 2022 se expandir para um site. Ouvinte de rock/metal desde os 15 anos, nunca foi suficiente só ouvir aquela música, mas era preciso debater sobre, destrinchar a obra, daí surgiu a vontade de escrever que foi crescendo e chegando a lugares como o Whiplash, Headbangers Brasil, Headbangers News, 80 Minutos, Gaveta de Bagunças e outros, até ter sua própria casa!

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